ATA DA QUADRAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 05-6-2003.

 


Aos cinco dias do mês de junho de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Cláudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Trigésima Sétima Sessão Ordinária, que deixou de ser votada, face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Cláudio Sebenelo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 127/03 (Processo nº 2664/03); pelo Vereador Elias Vidal, o Projeto de Lei do Legislativo nº 132/03 (Processo nº 2721/03); pelo Vereador Ervino Besson, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Haroldo de Souza, 13 Pedidos de Providências e as Indicações nºs 022 e 023/03 (Processos nºs 2768 e 2803/03, respectivamente); pelo Vereador João Bosco Vaz, o Projeto de Lei do Legislativo nº 131/03 (Processo nº 2720/03); pelo Vereador João Carlos Nedel, 32 Pedidos de Providências e o Pedido de Informações nº 106/03 (Processo nº 2806/03); pelo Vereador Luiz Braz, 01 Pedido de Providências e o Projeto de Lei do Complementar do Legislativo nº 008/03 (Processo nº 2405/03); pelo Vereador Reginaldo Pujol, 02 Pedidos de Providências. Também, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando desarquivamento de processos: de autoria do Vereador João Carlos Nedel, com referência ao Projeto de Resolução nº 102/02 (Processo nº 2984/02); de autoria do Vereador Zé Valdir, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo nº 061/94 (Processo nº 1031/94). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios n°s 001/03, do Vereador Egidio Girelli Zorzi, Presidente da Câmara Municipal de Itatiba do Sul – RS; 001/03, da Vereadora Nilva Cazarolli, Presidenta da Câmara Municipal de Santo Augusto – RS; 001/03, do Vereador Setembrino da Silva Brizolla, Presidente da Câmara Municipal de Cerro Grande – RS; 001/03, do Vereador Jardel Souza de Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Piratini – RS; 002/03, da Senhora Marilei Inês Schaefer, Secretária-Executiva da Câmara Municipal de Boa Vista do Buricá – RS; 060/02, da Vereadora Cilda Julieta Goldschmidt, Presidenta da Câmara Municipal de Vale do Sol – RS. A seguir, face manifestações dos Vereadores Marcelo Danéris, Haroldo de Souza, Cláudio Sebenelo, Elias Vidal e Juarez Pinheiro, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre os trabalhos da presente Sessão. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Paulo de Argollo Mendes, Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul – SIMERS, que teceu considerações acerca dos problemas verificados no sistema público de saúde da Cidade de Porto Alegre, criticando as políticas de gerenciamento desse sistema, implementadas pela Secretaria Municipal de Saúde e defendendo a instalação, nesta Casa, de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar esses problemas. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Dr. Goulart, Haroldo de Souza, Beto Moesch, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Marcelo Danéris e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca do assunto abordado durante a Tribuna Popular. Também, o Vereador Marcelo Danéris procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, do Requerimento nº 117/03 (Processo nº 2889/03), de autoria de Sua Excelência, solicitando que o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul - SIMERS - e o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul - CREMERS - informem se estão tomando medidas quanto à liberação de verbas estaduais para reformas do Hospital Moinhos de Vento, à falta de medicamentos de média e alta complexidade e de distribuição gratuita nos estoques da Secretaria Estadual da Saúde e à falta de pagamento aos prestadores de serviços do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul, tendo o Senhor Presidente informado que a matéria será analisada por Comissões Permanentes. Ainda, o Senhor Paulo de Argollo Mendes solicitou a retificação de termos utilizados por Sua Senhoria em seu pronunciamento. Às quatorze horas e quarenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e sete minutos, constatada a existência de quórum e, após, o Senhor Presidente informou que o Vereador Pedro Américo Leal se encontra representando externamente este Legislativo em Grande Expediente promovido hoje pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em homenagem aos cem anos da Primeira Divisão de Levantamento - Carta-Geral do Brasil, e que o Vereador Beto Moesch representará externamente este Legislativo no Seminário "Gestão Ambiental e Políticas Públicas", a ser realizado hoje, na Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Reginaldo Pujol reportou-se ao pronunciamento efetuado pelo Senhor Paulo de Argollo Mendes em Tribuna Popular, destacando a importância de que esta Casa exerça em sua plenitude sua função fiscalizatória, notadamente no que tange aos problemas verificados no sistema público de saúde da Cidade. Nesse sentido, externou sua opinião de que o tema vem sendo tratado com seriedade e responsabilidade por este Legislativo, afirmando que a Comissão de Constituição e Justiça se manifestará quanto ao tema. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Deputado Estadual Luís Fernando Schmidt, convidando Sua Excelência a integrar a Mesa dos trabalhos, e informou a realização hoje, às dezenove horas, de Sessão Solene destinada a homenagear a Semana Mundial do Meio Ambiente e à entrega do Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger à Fundação Gaia. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Renato Guimarães apoiou as medidas políticas implementadas pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, destinadas a melhorar as condições de vida das comunidades mais carentes, destacando a importância do Programa Fome Zero e da adoção de medidas de combate ao desperdício e desvio de verbas públicas. Também, comentou aspectos alusivos à abordagem que vem sendo feita pelo Governo Federal no que tange à implementação de programas de assistência social no País. O Vereador Haroldo de Souza analisou criticamente a atuação do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à frente da Presidência da República. Ainda, defendeu a instalação, na Câmara Municipal de Porto Alegre e na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, de Comissões Parlamentares de Inquérito destinadas a investigar denúncias de irregularidades nos sistemas de saúde na Cidade e no Estado, referindo-se ao pronunciamento efetuado pelo Senhor Paulo de Argollo Mendes durante a Tribuna Popular de hoje. O Vereador Wilton Araújo teceu considerações sobre notícias alusivas a auditorias promovidas pelo Tribunal de Contas do Estado no Departamento Municipal de Limpeza Urbana – DMLU, as quais concluíram pela responsabilização daquele órgão no tocante a irregularidades na contratação da Empresa Coletora de Resíduos Limitada – CORES – para a coleta e transporte dos resíduos sólidos produzidos na Cidade. Também, informou que encaminhará Requerimento à Mesa Diretora, solicitando que o referido Tribunal forneça informações sobre o caso. O Vereador Aldacir Oliboni criticou o teor do pronunciamento efetuado pelo Senhor Paulo de Argollo Mendes durante o período da Tribuna Popular da presente Sessão, dissertando sobre distorções verificadas no acesso aos serviços de saúde pública atualmente colocados à disposição da população gaúcha. Ainda, examinou aspectos referentes à luta empreendida pelos servidores da área da saúde pública de Porto Alegre em busca de melhores salários, condições de trabalho mais adequadas e atendimento de suas reivindicações. Na ocasião, face manifestações formuladas pelo Vereador Juarez Pinheiro, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre o Requerimento mencionado pelo Vereador Wilton Araújo em seu pronunciamento em Comunicações, tendo os Vereadores Sebastião Melo, Juarez Pinheiro e Wilton Araújo manifestado-se a respeito. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Zé Valdir pronunciou-se sobre denúncias divulgadas pela imprensa local, acerca de possíveis irregularidades praticadas durante a gestão do Senhor Wilson Cignachi como Presidente da Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE, especialmente quanto a possíveis fraudes em procedimentos licitatórios e pagamentos indevidos feitos a empresa de advocacia da Capital. Ainda, criticou as políticas de segurança pública implementadas pela Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança. Na oportunidade, o Vereador Zé Valdir manifestou-se sobre os trabalhos da presente Sessão, tendo o Senhor Presidente prestado informações sobre o assunto. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Cláudio Sebenelo propugnou pela implementação, neste Legislativo, de uma Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a apurar denúncias de irregularidades na prestação dos serviços de saúde em Porto Alegre, condenando as políticas administrativas atualmente implementadas pela Secretaria Municipal de Saúde. Também, reportou-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Zé Valdir em Comunicações, acerca de denúncias de irregularidades na administração da Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 115, 121 e 118/03, este discutido pelo Vereador Elias Vidal; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 007/03, discutido pelos Vereadores Zé Valdir, Elói Guimarães e Luiz Braz, o Projeto de Lei do Legislativo nº 117/03; em 3ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/03, discutido pelo Vereador Luiz Braz, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 060, 077 e 108/03, este discutido pela Vereadora Margarete Moraes, o Projeto de Resolução nº 049/03. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elias Vidal cumprimentou o Vereador Beto Moesch pelo trabalho desenvolvido por Sua Excelência na criação e divulgação de políticas voltadas à proteção do ambiente natural na Cidade de Porto Alegre. Nesse sentido, citou passagens bíblicas que destacam a importância de que os seres humanos adotem medidas de proteção à natureza, como forma de garantir uma existência com maior qualidade de vida, para o maior número possível de pessoas. O Vereador Carlos Alberto Garcia relatou audiência mantida por Sua Excelência com o Senhor Frederico Antunes, Secretário Estadual de Obras Públicas e Saneamento, destinada a promover a reconstrução de instalações e ginásios no Centro Estadual de Treinamento Esportivo, afirmando que tais medidas contribuirão para que os atletas gaúchos venham a ter melhores condições de treinamento, incrementando seu desempenho nas mais diversas modalidades esportivas. O Vereador Sebastião Melo contraditou denúncias de irregularidades ocorridas na Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE, no período em que o Senhor Wilson Cignachi exerceu o cargo de Presidente da referida Companhia. Nesse sentido, defendeu a atuação do Senhor Germano Rigotto como Governador do Estado do Rio Grande do Sul e abordou dados alusivos a parecer exarado pelo Ministério Público do Tribunal de Contas do Estado - TCE, acerca das contas do Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU. O Vereador João Carlos Nedel, mencionando notícia veiculada pela imprensa no dia de hoje, relativa a homicídio praticado por uma mãe contra seu filho dependente de drogas, salientou a necessidade de que o Poder Público promova políticas de resgate aos valores fundamentais da família. Sobre o tema, comentou a importância que a influência familiar exerce sobre a formação moral e social das pessoas, externando seu apoio à adoção de medidas mais efetivas para o combate ao tráfico de drogas. O Vereador Cláudio Sebenelo reportou-se ao tema tratado pelo Vereador João Carlos Nedel em Comunicação de Líder, relativo à notícia de homicídio praticado por uma mãe contra seu filho, que era usuário de drogas ilícitas, analisando os prejuízos causados pelo tráfico e pelo consumo de entorpecentes à sociedade brasileira. Também, discorreu sobre os problemas verificados no sistema de saúde pública colocado à disposição da população da Cidade de Porto Alegre. O Vereador Isaac Ainhorn teceu considerações sobre aspectos abordados pelo Senhor Paulo de Argollo Mendes, Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul - SIMERS - em seu pronunciamento efetuado durante o período da Tribuna Popular da presente Sessão, afirmando que a Câmara Municipal de Porto Alegre tem a responsabilidade de exercer, em sua plenitude, a sua função fiscalizatória e investigadora constitucionalmente prevista, notadamente através do funcionamento de Comissões Parlamentares de Inquérito. O Vereador Raul Carrion defendeu as disposições constantes no Projeto de Lei do Legislativo nº 108/03, de autoria de Sua Excelência, que determina a obrigatoriedade da colocação de obra de arte nos prédios urbanos que tenham mais de mil e quinhentos metros quadrados, asseverando que a aprovação desse Projeto contribuirá para a redução do impacto visual dessas construções e para o cumprimento da função social da propriedade urbana. Nesse sentido, solicitou o apoio dos Senhores Vereadores à referida proposta. A Vereadora Clênia Maranhão manifestou apoio à proposta defendida pelo Senhor Paulo de Argollo Mendes, Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul - SIMERS, que sugeriu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar denúncias de irregularidades na prestação de serviços médicos por parte do Poder Público Municipal, referindo-se à sobrecarga verificada nas emergências hospitalares da Cidade e à diminuição do volume de verbas para financiamento do sistema público de saúde da Capital. A seguir, o Vereador Pedro Américo Leal manifestou-se sobre notícia veiculada na edição de hoje do jornal Zero Hora, relativa ao pronunciamento efetuado pelo Senhor Paulo de Argollo Mendes durante a Tribuna Popular da presente Sessão, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Marcelo Danéris contestou as informações prestadas pelo Senhor Paulo de Argollo Mendes, através do pronunciamento efetuado por Sua Senhoria durante a Tribuna Popular da presente Sessão, defendendo as políticas implementadas pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre para o gerenciamento do sistema de saúde pública da Cidade e referindo-se a repasses de recursos realizados pelo Executivo Municipal para hospitais de Porto Alegre. Na ocasião, o Vereador Isaac Ainhorn formulou Requerimento verbal, solicitando que este Legislativo apresente desagravo ao Senhor Paulo de Argollo Mendes em razão de pronunciamentos efetuados por Senhores Vereadores no dia de hoje, tendo o Vereador Pedro Américo Leal manifestado-se a respeito e o Senhor Presidente determinado que o referido Requerimento fosse formalizado por escrito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol debateu informações apresentadas pelo Senhor Paulo de Argollo Mendes no dia de hoje, acerca dos problemas existentes no sistema público de saúde de Porto Alegre, declarando que o Legislativo Municipal vem, ao longo do tempo, acompanhando os problemas existentes nessa área de atuação do Poder Público e está permanentemente buscando soluções para os mesmos, cumprindo com suas responsabilidades institucionais. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nºs 230/02 e 012/03 e os Projetos de Resolução nºs 013 e 022/03. Às dezessete horas e quinze minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e dezessete minutos, constatada a existência de quórum. Às dezessete horas e dezoito minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib e Elói Guimarães e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Tribuna Popular hoje será utilizada pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, para tratar de assunto relativo à saúde pública no Município de Porto Alegre. Deve fazer uso da tribuna o Dr. Paulo de Argollo Mendes, que é o Presidente do Sindicato, e que está chegando à Casa, neste momento.

Foi comunicado aqui pelo Ver. Cláudio Sebenelo que o Dr. Paulo de Argollo Mendes já está no prédio.

É uma situação difícil, neste momento, para a Presidência, eis que todos os jornais da Cidade anunciaram esta Tribuna Popular.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Uma sugestão: já que a pessoa não está presente, nós iniciamos o período de Comunicações, e o Sindicato remarca. A Tribuna Popular pode ser remarcada para o comparecimento em um outro dia, não tem problema nenhum.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Uma sugestão, Sr. Presidente, não sei se pode, dentro do Regimento, mas começamos o Período de Comunicações, e, na hora em que chegar o convidado, nós abrimos para a Tribuna Popular, qual é o problema?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Sou grato pela manifestação dos dois Vereadores.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: A minha proposta é a proposta do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu posso, portanto, dizer que é a proposta do Plenário?

 

(Manifestações do Plenário.)

 

Nobre Vereador, os três Vereadores disseram a mesma coisa: iniciamos as Comunicações, e depois ...

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Remarcar o dia, Sr. Presidente. Remarque o dia, venha amanhã ou na segunda-feira.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Então eu ouvi mal.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Presidente, eu concordo com a posição do Ver. Haroldo de Souza e do Ver. Cláudio Sebenelo.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, apenas para colaborar, independentemente de posição que tenhamos de mérito sobre isso, o Ver. Haroldo de Souza fez uma proposta, e ela precisa ser encaminhada. Ele pede que haja inversão, mas isso tem de ser votado.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Correto, Ver. Juarez Pinheiro. A Presidência entendeu que os três Vereadores manifestaram a mesma coisa. Agora tudo passa a não valer mais nada, porque chegou o Dr. Paulo de Argollo Mendes, Presidente do Sindicato Médico.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Dr. Paulo de Argollo Mendes, representando o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul – SIMERS, está com a palavra, para tratar de assunto relativo à saúde pública no Município de Porto Alegre, pelo tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. PAULO DE ARGOLLO MENDES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores e demais presentes, desculpem a minha ofegância, nós tivemos alguma dificuldade no trânsito, e acabei por me atrasar alguns minutos. Eu retorno a esta Casa, já estive aqui antes, trazendo a preocupação dos médicos desta Cidade, deste Estado com a questão dos medicamentos. Mostramos a falta de remédios de uso contínuo e as conseqüências que isso traz à população de Porto Alegre cada vez que se perdia a data para fazer licitação, cada vez que, por dificuldades gerenciais, os pacientes de Porto Alegre ficavam privados de medicamentos essenciais. Volto agora, por razões muito mais sérias, muito mais graves e muito mais preocupantes. Nós já acompanhamos, através da imprensa, o caso de pacientes que ficaram por oito horas aguardando por uma ambulância. Tivemos pacientes que morreram aguardando por ambulância. Tivemos um paciente embaixo de uma ponte, que, quando, afinal, foi socorrido, já era tarde demais. Essa questão das ambulâncias foi discutida, e verificou-se que o número de ambulâncias na cidade de Porto Alegre era absolutamente insuficiente. Tudo isso foi constatado, mas absolutamente ninguém foi penalizado. E eu perguntei, na ocasião, se não teria de ser feita uma CPI para apurar responsabilidades. Mas me disseram que, para se fazer uma CPI, seria necessário que houvesse um fato relevante e grave.

Depois disso, um arquiteto foi baleado na Zona Sul de Porto Alegre e conduzido até o Pronto Socorro Municipal. Para ser atendido no Pronto Socorro Municipal, precisava fazer uma tomografia, e não foi possível fazer a tomografia, porque o tomógrafo - o único tomógrafo do único Pronto Socorro Municipal de Porto Alegre - estava há vinte dias desativado, porque foi comprado para o Pronto Socorro de Porto Alegre um tomógrafo que precisa de peças vindas do Oriente Médio. Aguardavam há vinte dias essa peça. Esse paciente, então, que havia vindo da Zona Sul, foi deslocado para a Zona Norte, para o Hospital Cristo Redentor. E lá foi operado. E lá morreu.

Todos nós ficamos sabendo disso pela imprensa, porque era um arquiteto que morava na Zona Sul. Eu me pergunto quantos operários da construção civil podem ter passado por isso nesses vintes dias e em outros tantos que se sucederam, e nenhum de nós ficou sabendo disso. Eu perguntei se não seria o caso de se abrir uma CPI para se apurar a responsabilidade por esse óbito, por esse pai de família que morreu, porque, se fosse um médico do Pronto Socorro que tivesse se ausentado trinta minutos para ir almoçar ou para jantar em casa, estaria preso, estaria respondendo a inquérito policial. Se fosse o motorista da ambulância, estaria preso. Mas era responsabilidade do Secretário Municipal da Saúde, e nada, absolutamente nada foi feito.

Mas me responderam que, para se abrir uma CPI, é preciso um fato relevante e grave. Eu quero reproduzir o que consta no texto de um ortopedista aqui de Porto Alegre, referindo-se a traumas com lesão ortopédica, lesão óssea, etc. (Lê.) “O tempo decorrido entre o pronto atendimento e o procedimento cirúrgico, quando é necessário, tem usualmente ultrapassado o que é preconizado para a obtenção dos melhores resultados. Os procedimentos cirúrgicos, quando indicados, são, freqüentemente, modificados ou até cancelados em virtude do tempo decorrido entre a sua indicação e a sua realização; procedimentos traumatológicos, principalmente em crianças, que, pelo avanço tecnológico, poderiam ser realizados incruentamente, isto é, sem abordagem cirúrgica aberta, são realizados cruentamente, com exposição cirúrgica da lesão, submetendo o pequeno paciente a um risco adicional e comprometendo o resultado final.

Os procedimentos ortopédicos na infância, que têm como premissa a prevenção de deformidades não estão sendo priorizados como deveriam, favorecendo o aumento de seqüelas de difícil manejo na abordagem tardia.”

Senhores, nós vamos levar esse texto, que é resultado de uma reunião da Sociedade de Ortopedia e Traumatologia do Rio Grande do Sul, e que está assinado pelo Dr. Jorge Guimarães Silveira, Presidente da Sociedade de Ortopedia e Traumatologia do Rio Grande do Sul, ao Juizado da Infância e da Adolescência, pedindo providências. Ele está denunciando as seqüelas que resultam para as nossas crianças pela demora entre o atendimento da urgência e a cirurgia que se faz necessária.

Eu trouxe essa questão, e disseram-me que, para abrir uma CPI, para se investigar e se esclarecer por que isso está acontecendo com as crianças da nossa Cidade, era necessário um caso relevante e grave. Um homem com sessenta e dois anos, pai de família, um trabalhador, recebeu um telefonema no dia 20 de maio, agora, avisando que a consulta que ele estava esperando, estava marcada para o dia 21, no Hospital Conceição e que ele poderia comparecer, porque já estava reservada. A esposa dele, que atendeu o telefone, perguntou: “Que consulta?” E lhe disseram: “A consulta para o pé.” Porque ele estava com um problema no pé direito. E ela respondeu: “Esse pé, minha senhora, foi amputado em dezembro do ano passado.” Esse senhor havia comparecido à consulta em outubro de 2002. Desculpem-me, nós discutimos muito antes de chamar essa CPI, que nós vimos aqui pedir, de “CPI dos Mutilados” e entendemos, no Sindicato Médico, quando nos reunimos, a Diretoria, que nós não tínhamos o direito de amenizar, de botar panos quentes, de procurar nomes que escamoteassem e escondessem a verdade. Esse senhor teve o seu pé amputado, porque, quando ele compareceu à consulta, tinha uma doença vascular, isso evoluiu para necrose - o tecido apodrece e cheira mal -, por isso ele passou à frente dos outros e foi amputado em dezembro. Ele tirou o lugar de alguém que, provavelmente, foi para o fim da fila, e que, provavelmente, tirará o lugar de alguém quando estiver com o seu pé apodrecido e cheirando mal.

Senhores, se me disserem, hoje, que isso não é um fato relevante e grave, em nome dos médicos da cidade de Porto Alegre, eu vou acusá-los de conivência com o crime hediondo de omissão. Eu faço um apelo a todos vocês: não se omitam, por favor! É preciso investigar o que está acontecendo com a saúde da cidade de Porto Alegre. Por favor, Srs. Vereadores! Este é o momento, e a responsabilidade está nas mãos dos senhores, que foram eleitos pela população desta Cidade. Desculpe-me, Presidente. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Convido o Dr. Paulo de Argollo Mendes para fazer parte da Mesa.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente. (Lê.) “Requerimento. O Vereador que este subscreve requer, nos termos regimentais, que seja encaminhado ao Sindicato Médico do Estado do Rio Grande do Sul, bem como ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul, o presente documento. O objetivo desta solicitação é que as entidades citadas informem a esta Câmara Municipal de Porto Alegre que medidas estão tomando com referência aos seguintes fatos: financiamento de 18 milhões de reais – 10 milhões já liberados - ao Hospital Moinhos de Vento, pelo BRDE, para reformas daquele hospital, inclusive de seu estacionamento, sendo que o referido hospital não é prestador de serviços públicos de saúde. Enquanto isso, a Casa de Saúde Santa Maria, que presta serviços públicos de saúde não recebeu repasse dos recursos pelo Estado, assim como o Hospital de Caridade de Cachoeira do Sul, que inclusive está ameaçando fechar. Falta de medicamentos de média e alta complexidade de distribuição gratuita pela Secretaria Estadual de Saúde desde fevereiro de 2003. Falta de pagamento aos prestadores de serviço do IPERGS, em especial no Município de Porto Alegre, o que acarreta o aumento da demanda do sistema de saúde pública no Município pelos usuários do IPERGS que não estão recebendo atendimento deste seu convênio.”

Aproveito a presença do Sindicato para que ele, assim como o Conselho Regional de Medicina, possa nos informar quais as medidas que estão sendo tomadas em relação a esses assuntos.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Marcelo Danéris, recebo o Requerimento de V. Ex.ª, será analisado pelas Comissões competentes, mas eu entendo que, neste momento, não posso solicitar manifestação do Sindicato ou do Conselho. De qualquer forma, será encaminhado devidamente.

O Ver. Dr. Goulart está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente João Antonio Dib, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, Sr. Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, em primeiro lugar, quero entender que as palavras do Presidente do Sindicato são pujantes, são preocupantes, são aterrorizantes e, neste clima de terror, é que deve ter-se exprimido V. S.ª no sentido de responsabilizar os Vereadores, que são seus parceiros. Foi no afã da conversa e do desespero em que se encontra a saúde que V. S.ª falou assim, e, desde já, retiro o que foi dito de omissão dos Vereadores desta Casa, porque estamos aqui, alertas, de atalaia para isso tudo que está acontecendo.

Em respeito a sua última declaração, de que viria a esta tribuna fazer denúncias, nós paramos o processo da CPI que esta Casa está desenvolvendo, através da oposição guerreira e cuidadosa, com as primeiras assinaturas deixadas de lado, esperando o aditamento das suas denúncias para esse processo, e com isso melhorando ainda o contexto processual do nosso trabalho. Temos de dar uma resposta à população de Porto Alegre.

Avisei, em um primeiro momento, o Prefeito Tarso Genro, em um segundo momento, o Prefeito João Verle; diversas vezes o Secretário Municipal da Saúde, avisei as grandes lideranças, grandes parceiros e amigos do PT e as coisas não evoluem na saúde, mostrando arrogância, mostrando falta de planejamento, falta de sensibilidade e até desumanidade. Estamos atentos, deixamos V. S.ª tranqüilo de que o trabalho nesta Câmara está prosseguindo e é para salvar o SUS, que é a medicina mais bonita do mundo, porque é a primeira medicina pública da Constituição de um País. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Sr. Paulo de Argollo Mendes, nosso palestrante, deseja fazer um reparo.

 

O SR. PAULO DE ARGOLLO MENDES: Queria fazer um reparo ao que disse há pouco, realmente me excedi e queria pedir desculpas aos Srs. Vereadores. Minha intenção é apenas fazer um apelo aos Vereadores. É que ficamos tão consternados com a situação que encontramos, e, naturalmente, tenho absoluta certeza de que todos os senhores estão também preocupados com essa situação, não tenho nenhuma dúvida quanto a isso, mas me excedi. Quero pedir desculpas aos senhores e dizer que o que vimos fazer aqui é um apelo no sentido de que estamos muito preocupados com essa situação. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente João Antonio Dib, Dr. Paulo de Argollo Mendes, Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, acho que temos aqui motivos suficientes para estabelecer uma CPI, não dos mutilados, mas da saúde, principalmente pelas denúncias que o senhor fez e pelas que foram feitas pelo Líder do Partido dos Trabalhadores, o Ver. Marcelo Danéris, porque se existem problemas a respeito de verba de hospitais em Porto Alegre, isso está inserido na área da saúde. Então, não vejo por que não se instalar uma CPI, porque se a morte de um paciente por mau atendimento, se alguém perde uma perna, um pé, se isso não é um motivo relevante para abrir uma CPI, eu não sei mais; se a morte não é um motivo suficiente na área da saúde para se abrir uma CPI, eu não sei mais.

Agora, se de outro lado, aquele que poderia ser o acusado vem também com acusações, eu acho que a CPI terá trinta e três assinaturas aqui, porque o Ver. Marcelo Danéris fez denúncias graves também. Então, não vejo motivo nenhum para não se estabelecer não uma CPI dos mutilados, como o senhor pediu, mas uma CPI da saúde, como o Ver. Marcelo Danéris pediu ou pode pedir junto com a gente. Muito obrigado. (Palmas.)


(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Beto Moesch está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Dr. Paulo de Argollo Mendes, o senhor sabe que nós, como Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, temos procurado traçar uma parceria não só com o Sindicato Médico - isso foi muito bem colocado na primeira reunião deste ano desta Comissão -, mas com todas as instituições. E a chamada dos jornais – e eu li, claro -, que os Vereadores precisam ficar de olhos bem abertos. Nós estamos com os olhos bem abertos, Dr. Argollo e V. S.ª sabe bem disso. Nós gostaríamos até de traçar uma parceria ainda mais eficaz não só com o Sindicato, mas com outras instituições, muitas delas que vêm e nos trazem informações. Não estamos apenas preocupados; muito mais do que isso, nós estamos realizando várias audiências na Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Fomos a vários postos de saúde, no SAMU, no Hospital Presidente Vargas, inquirindo, Sr. Presidente João Antonio Dib. O que é que uma CPI deve fazer? Inquirir para depois, com as informações prestadas, levar ao Ministério Público. Nós já estamos fazendo isso na Comissão técnica permanente desta Casa, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Uma CPI é interessante. Eu e o Ver. Dr. Goulart falamos isso desde 2001. Mas mais importante do que uma CPI, porque não vai resolver o problema da saúde pública, é nós continuarmos juntos e, em parceria, identificando, inquirindo, nos informando para depois levar ao órgão que tem o poder de processar, se for o caso, que é o Ministério Público. Nós estamos de olhos bem abertos. Estamos muito mais do que preocupados. Diariamente aqui estamos estudando, nos reunindo e falando com o usuário que está lá na fila, sabendo como é que ele está sendo atendido. É um trabalho que esta Legislatura tem feito desde 2001, quando eu não era Presidente ainda, quando era o Ver. Pedro Américo Leal, depois, no ano passado, o Ver. Dr. Goulart, quando nós visitamos todos os postos de saúde desta Cidade, conversando com os funcionários, conversando com os médicos, conversando com os usuários. Portanto, Sr. Presidente, uma CPI é interessante; é, e nós estamos estudando isso desde 2001, mas mais importante do que a CPI é nós estarmos atentos, continuando a inquirir o gestor para, depois com as informações, levá-las ao Ministério Público, assim como a CPI também o faria. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Dr. Paulo de Argollo Mendes, além de cumprimentá-lo pelo seu pronunciamento, gostaria de solicitar, inclusive à Bancada do Partido dos Trabalhadores, que nós, os trinta e três Vereadores, juntos, independente de cor política, independente de qualquer ideologia, fôssemos buscar a solução para o grave problema da Saúde na cidade de Porto Alegre. Todos os trabalhos científicos já existem a respeito da indiscutível necessidade de se devassar, ao máximo, onde está o erro no método, e isso não precisa ser de uma administração só, pode ser um fenômeno de acúmulo, e temos de buscar soluções. Por isso, peço encarecidamente à Bancada do PT que apóie o pedido de uma CPI, e dessa forma vamos diminuir, e muito, os problemas da desumanidade da relação social, da desumanização da relação entre a instituição e os seus usuários.

Isso é um pedido candente, isso é um pedido de clamor, isso é um pedido da população, e eu tenho a certeza de que o Partido dos Trabalhadores, sempre preocupado com a transparência, vai votar a favor do pedido de um requerimento de uma CPI que, custe o que custar, será de custo muito pequeno em relação aos benefícios que pode trazer à população: a solução definitiva de problemas que há tantos anos vêm se arrastando. E nós não temos visto nenhuma ação positiva que solucione, em definitivo, esse tipo de problema.

À Bancada do PT o meu pedido de solidariedade à população de Porto Alegre, que mostrarão, inclusive, a grandeza de entender que isso não é um problema de um partido e de uma Administração; isso é um problema de uma sociedade inteira. Vamos juntos resolvê-lo. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, queria, em nome da nossa Bancada, o PPS, em meu nome e em nome do Ver. Wilton Araújo, saudar o Dr. Argollo pela presença dos profissionais de saúde e das lideranças comunitárias que acompanham este debate fundamental para a sociedade de Porto Alegre.

As denúncias da área de saúde têm sido freqüentes e repetidas na nossa Câmara Municipal, e a vinda do Dr. Argollo, hoje, nos coloca diante de uma responsabilidade, da qual nós, Vereadores, estávamos conscientes, mas os dados que o senhor traz, sendo Presidente da instituição, com a responsabilidade que o senhor tem, acredito que nos impulsionam a tomarmos, imediatamente, novas medidas de averiguação, de fiscalização e de cobrança do Executivo, na busca da modificação da política de saúde hoje empregada em Porto Alegre. A denúncia da falta de atendimento nas doenças que geram mutilados, a crise das emergências nos hospitais, o drama das pessoas que morreram e que não tiveram direito ao SDO (Serviço de Doação de Órgãos), a questão da dificuldade de acesso aos medicamentos já são indicativos mais do que suficientes para levar esta Casa ao debate sobre constituirmos uma CPI ou não, porque o nosso papel é de fiscalização e também de representação dos interesses da nossa sociedade. Portanto, cabe-nos não apenas constatar, mas tomarmos medidas concretas, no sentido de enfrentarmos essa situação e de contribuirmos para que o Poder Público, o Executivo possa tomar medidas novas na defesa da população de Porto Alegre de uma forma em geral. Obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, Dr. Paulo de Argollo Mendes, Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul. Nós, Dr. Paulo, ficamos atentos à sua fala e V. S.ª relatou fatos gravíssimos. V. S.ª faz uma análise que nos passa a idéia de uma gerência, no campo da saúde, que deixa a desejar. Até aí nós poderíamos discutir, mas quando V. S.ª diz, por exemplo, que pacientes – está anotado aqui - morreram por falta de ambulância, nós estamos diante de um fato grave, gravíssimo, que sai da área da responsabilidade cível ou política para invadir a área criminal. O crime: omissão. Omissão de socorro é crime.

V. S.ª também diz, na sua fala, “falta de aquisição de medicamentos, que por determinadas razões não foram colocados à disposição dos pacientes”, gerando, com isso, não sei se morte ou uma situação muito grave à saúde.

Outra passagem da fala de V. S.ª refere-se a procedimentos traumatológicos lentos e procedimentos ortopédicos tardios. Esses são fatos que, a meu juízo, são extremamente graves. Eu achei que aqui estaria o Presidente da Comissão de Constituição e Justiça – Ver. Reginaldo Pujol – para que a Comissão pudesse pegar esse material aqui produzido para uma análise, no sentido de se ver a possibilidade do enquadramento dessas questões às possibilidades técnicas, jurídicas e legais numa Comissão Parlamentar de Inquérito. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. João Dib; Sr. Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Dr. Paulo de Argollo Mendes; quero dizer, em nome da Bancado do Partido dos Trabalhadores, que nós lamentamos, primeiro, a desconsideração com a Câmara de Vereadores, quando pede a Tribuna Popular e não está no momento para fazê-lo; segundo, quando ameaça os Vereadores que aqui trabalham com seriedade. Digo isso como um Vereador de situação, porque sei que há Vereadores de oposição que trabalham e se dedicam com seriedade.

Depois são pedidas desculpas, inclusive, sobre as ameaças que fez à Câmara de Vereadores.

Queremos lamentar também o uso da Saúde Pública de Porto Alegre para promoções pessoais ou eleitorais, pois temos hoje, no Município de Porto Alegre, eleições que se avizinham, em agosto, no Conselho Regional de Medicina. A morte e o sofrimento da população não podem ser usados como causa política; têm de ser usados como causa humanitária. Terceiro, a forma desrespeitosa como tratam e chamam a CPI dos mutilados. Não, esta não é uma Cidade de mutilados, nós assim não a vemos, pois nós temos respeito com a Saúde. Aqui, nós realizamos um trabalho sério e estamos totalmente à disposição, com transparência e democracia, na Comissão de Saúde, com o Ver. Beto Moesch na Presidência e com o nosso Doutor, o Ver. Dr. Goulart, para prestar todos os esclarecimentos junto à CCJ e à COSMAM. Temos transparência e foi isso que nós fizemos ontem, inclusive.

Nós temos acompanhado que o Município de Porto Alegre está recebendo mais recursos para a Saúde por diligência do Sr. Prefeito, de seu Secretário da Saúde, que esteve no Ministério. Anteontem, foi anunciado que a SAMU ganhará mais seis ambulâncias com verbas liberadas do Ministério da Saúde; antes, o Município pagava 97% desse custo, agora vai pagar 50%, porque a União vai pagar os outros 50%. Esse é o investimento na Saúde, esse é o esforço coletivo de quem quer mudar.

Eu fiz um Requerimento, porque nós queremos saber qual é o papel que o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul tem com a saúde dos gaúchos. Hoje, por exemplo, faltam remédios nas farmácias do Estado, de alta complexidade, falta dinheiro em hospitais em todo o interior do Estado e isso acarreta mais demanda para Porto Alegre e, inclusive, no IPE. Nós queremos que haja o mesmo empenho para garantir a saúde de todos os gaúchos e não fazer disputa política só no Município de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu quero, ao mesmo tempo em que saúdo o Dr. Paulo de Argollo, manifestar não só a minha preocupação diante da gravidade dos temas que ele traz à colação da Casa, mas dizer, desde logo, que estou acolhendo a sugestão do meu colega da Comissão de Constituição e Justiça e solicitando à Mesa que nos repasse, com a brevidade devida, os elementos que foram trazidos à Casa pelo ilustre Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, para que, sob o aspecto jurídico, nós analisemos, independente da CPI postulada, a responsabilidade por omissão ou qualquer outro tipo de falha administrativa que tenha ocorrido ao ensejo dessas situações por ele narradas.

Realmente, nos parece que é uma situação muito clara de que houve infrações legais, cuja responsabilização em defesa da vida deve ocorrer.

Por final, eu, com a liberdade de quem, desde o primeiro momento que viu o assunto saúde pública sendo tratado na Casa, neste ano, sob a liderança de V. Ex.ª, Presidente João Antônio Dib, deleguei a alguns colegas a responsabilidade de, como médicos, liderarem o movimento aqui dentro da Casa, me permitiria, Dr. Argollo, com toda a tranqüilidade, dizer que faria um reparo na sua manifestação, quando V. S.ª solicita que não haja omissão. O que acho que tem que ser solicitado é que haja conseqüência nas providências que já vêm sendo tomadas dentro da Casa, que elas não precisem, de tal forma realizadas, que falte visibilidade e possa parecer a alguém, especialmente à classe médica, que esteja ocorrendo omissão na Casa, quando existe uma preocupação e uma ocupação a respeito deste assunto.

Por isso, a manifestação do nosso colega, Dr. Goulart, um dos médicos, um dos Líderes deste movimento aqui na Casa, somada à manifestação do Ver. Cláudio Sebenelo, nosso colega, também médico, que lhe deixou claro que já se trabalha sobre esse assunto com muita responsabilidade, muita intensidade e, agora, eu espero que com muita conseqüência, para que tudo que está sendo feito não se perca no desvario de uma discussão que não chega ao final.

É chegado o momento de as providências serem tomadas. É o que nós esperamos na Comissão de Constituição e Justiça: poder contribuir do nosso lado. Seja sempre bem-vindo aqui na Casa. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nós agradecemos ao Dr. Paulo de Argollo Mendes, Presidente do SIMERS, pela presença, e dizemos a ele que, mais uma vez, a Casa do Povo de Porto Alegre saberá cumprir com a sua responsabilidade, mas sempre com serenidade, sempre com tranqüilidade, buscando a melhor solução. Pode V. S.ª confiar que os Vereadores são cônscios das suas responsabilidades e dos seus deveres. Nós faremos o melhor possível, sem dúvida nenhuma.

Nós agradecemos, mais uma vez, ao Dr. Argollo Mendes. Suspendemos os trabalhos por um minuto para que possam ser feitas as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h45min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – às 14h47min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Pedro Américo Leal está representando a Câmara, hoje, na Assembléia Legislativa, às 14h, no Grande Expediente que é feito em homenagem à Carta Geral do Brasil.

O Ver. Beto Moesch estará representando a Câmara na Secretaria do Meio Ambiente, no Seminário de Meio Ambiente.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, a Casa ainda vive a presença do Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul com a série de informações que nos trouxe e que, certamente, impõem a todo o conjunto deste Parlamento a necessidade de providências imediatas para que não paire dúvida da responsabilidade do Legislativo da Cidade para com tão graves informações que foram aqui trazidas pelo nosso ilustre convidado. Certamente já tive oportunidade de anunciar, instigado pelo nosso primeiro Vice-Presidente da Casa, Ver. Elói Guimarães, que por longos anos presidiu a Comissão de Constituição e Justiça.

Nós já estamos nos assenhoreando, Ver. Haroldo de Souza, de documentos relatados pelo Dr. Argollo, que nós haveremos de examinar na Comissão de Constituição e Justiça para verificar, inclusive, acerca de providências que comporte serem tomadas nessa situação.

Referi-me, quando da minha curta manifestação, saudando o Dr. Argollo, que eu não desconheço que, nesta Casa, uma série de movimentos têm sido feitos nesse particular. Fiz justiça aos Vereadores Cláudio Sebenelo e Dr. Goulart, que têm sido, como médicos, os mais destacados, mas não posso deixar de reconhecer que até, para minha satisfação, aos Vereadores Wilton Araújo e Sebastião Melo aqui eu deleguei poderes no início, para que, numa Comissão que visitou o Sr. Prefeito Municipal, pedindo algumas providências, que afinal não lograram êxito, pudessem gestionar em nome do Partido da Frente Liberal. Ao Presidente, naquela ocasião, o Ver. João Antonio Dib, nós pedimos uma comissão mais enxuta, porque não comportava que a grande maioria da Casa, que se encontrava presente naquela reunião, fosse acompanhá-lo na audiência que ele havia conquistado com o Chefe do Executivo Municipal. Agora, o que não padece de dúvida é que, ainda que todos nós aqui tenhamos elegantemente enfrentado a situação, existe uma cobrança explícita com relação à Câmara Municipal, e para essa cobrança eu só vejo justificativa no fato de nós não termos divulgado, até porque nós não queremos fazer política eleitoreira em cima desse assunto, uma série de providências que aqui têm sido tomadas. Então, eu entendo que essa solicitação de constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito, Ver. Elói Guimarães, deve ser devidamente analisada e, se for o caso, se necessário for, nós devemos constituí-la com a responsabilidade que o mandato legislativo nos confere, porque, realmente impressiona ouvir a manifestação do ilustre líder da categoria dos médicos nos narrando fatos que em dez minutos foram suficientemente fortes para chocar quantos tenham ouvido e para deixar transparecer a possibilidade de que tivesse havido algum tipo de omissão nesta Casa, o que de fato não ocorreu. Por isso, Sr. Presidente, eu gostaria de, neste momento em que ocupo o meu espaço no rodízio para Comunicações, reafirmar a minha convicção de que o assunto vem sendo muito bem encaminhado pelas Lideranças da Casa que têm enfrentado o assunto. Ratifico a minha confiança na ação dos Ver. Wilton Araújo e Ver. Sebastião Melo e confirmo, junto com o Ver. Elói Guimarães, o ingresso da Comissão de Constituição e Justiça na análise dos aspectos legais e técnicos que envolvem essa matéria, como até uma decorrência natural da Comissão de Justiça que, por sua competência, provocada ou não, deve-se manifestar sobre assunto dessa ordem. É o que faremos com a devida brevidade, desde já antecipando que, de forma prioritária, na reunião da próxima terça-feira haveremos de nos debruçar sobre esse assunto. Era isso, Sr. Presidente.

Concluo dentro do período regimental que me é facultado, mostrando o esforço que faço em ser cumpridor do Regimento da Casa.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Anuncio a presença do Dep. Estadual Luís Fernando Schmidt, que peço que, se desejar, participe da Mesa.

Lembro a todos os Sr. Vereadores e aos presentes que, hoje, às 19h, neste Plenário, haverá uma Sessão Solene, em razão do Dia Mundial do Meio Ambiente, para entrega do Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger à Fundação Gaia.

O Ver. Renato Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, cidadãos e cidadãs de Porto Alegre que acompanham esta Sessão, eu trago aqui um destaque, e acho que a matéria deve fazer parte da pauta, de um debate da nossa Casa aqui: do conjunto dos desafios do Governo Lula, um dos principais, que leva o nome simbólico de Fome Zero, mas que, na realidade, articula o conjunto das políticas sociais, é, para mim, o grande desafio de um Governo. Porque tirar o País, tirar a política pública, tirar a ação do Governo da inércia que nós vivemos nos últimos vinte anos – inércia mesmo – inércia de financiamento, inércia de atitudes concentradas, atitudes pensadas, numa estratégia para uma atitude que mude a situação social deste País, não é fácil.

O jornal Folha de São Paulo de hoje destaca que, do conjunto das medidas que o Governo vem tomando, algumas vêm encontrando dificuldades. Cita, por exemplo, que o Programa Fome Zero em algumas cidades do interior deste País chega ao absurdo de ter Vereadores, dirigentes de partidos políticos, dirigentes de entidades se cadastrando para receber recursos. Só isso demonstra a dificuldade que se tem, do nível central ao Município mais longínquo, de fazer uma discussão de compreensão e de comprometimento de que há necessidade para reverter o quadro social em que este País se aprofundou, de termos uma identidade; há necessidade de termos a compreensão de estarmos compactuando com a sociedade, acabando com a corrupção, acabando com os desvios de verbas públicas.

Esse é um exemplo pequeno, mas que demonstra o tamanho do desafio do Governo Lula. Não adianta implantar programas sociais. Vários governos implantaram programas sociais. E desses programas, poucos chegavam à casa do trabalhador, eram desviados pelo caminho.

Portanto, a medida que a área social toma, hoje, de unificar os programas para que se tenha menos dificuldades de construir indicadores, está concentrada num programa, com uma fachada, com uma simbologia de relação com a população, construindo não mais gestão unitária num agente, mas construindo conselhos nas próprias cidades, integrando os vários atores das cidades: o cidadão, o conselho municipal de assistência, o conselho de educação, os vários conselhos; trazendo os vários atores para a discussão da problemática social da cidade, fazendo com que a verba pública não seja mais verba carimbada na mão de um deputado, na mão de um Vereador, mas que seja a verba pública colada num programa social e sendo distribuída de fundo a fundo. O fundo nacional, por exemplo, de assistência, financiando o fundo municipal e o fundo estadual; implantando, Ver.ª Margarete Moraes, estratégias de gestão, que nós vimos, desde 88, consolidando, que estão presentes na legislação e que os governos desconsideraram. Esse conjunto de ações do Governo Lula, articulado às grandes ações de reforma, de construção de transparência das relações do Governo com a sociedade para a tomada de decisão - e é esse o sentido que nos traz à tribuna - mostram o caminho certo que o Governo Lula vem tomando, que não é mais lá dentro de um gabinete, sentar com seus amigos e decidir, é debater com a sociedade. Ah, mas é necessário que caia o juro? Mas esse juro, ele tem que cair através de um “canetaço” do Presidente ou nós temos que criar reais condições, dentro da sociedade brasileira, com os vários atores econômicos para que esse juro venha a cair? E ele não venha a ser uma medida burocrática do Governo que em nada incida no concreto da vida das pessoas, porque cai lá no “canetaço” do Presidente, mas lá na compra que tu fazes na loja, sobre o dinheiro que tu buscas no banco, o juro continua alto.

Então, a composição da sapiência, da paciência de governar articulando e criando consenso nos grandes temas dessa sociedade, que precisam ser enfrentados, junto com a necessária ação concreta, com pensamento estratégico na área social, pensando questões como essa, por exemplo, unificando o conjunto dos programas sociais, podendo trabalhar no sentido de criar gestão unificada, planejamento unificado, fazer com que os instrumentos, por exemplo, da Lei Orgânica da Assistência Social, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que os fundos nacionais, nessas áreas, comecem a funcionar devidamente, se conseguirmos obter êxito nas questões pontuais articuladas com as questões macro, no debate conjunto com a população, eu acredito que o Governo Lula está no caminho certo.

Então, este é o registro que quero fazer aqui, e quero instigar os colegas Vereadores para que possamos estar discutindo no dia-a-dia o caminho que este País está tomando. Porque não é mais um caminho em que meia dúzia se reúne lá e decide, meia dúzia de empresários, articulando os interesses, decidem. Não, é o caminho em que o povo todo debate, o povo todo indica, o povo todo participa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo, em Comunicações.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, o Ver. Renato Guimarães veio para a oração com o Fome Zero. Eu gostaria também do “Saúde Dez”. E dentro da decepção que estou tendo com o Presidente Lula - eu fui um dos homens que se emocionaram muito com a sua vitória, com a força popular, com aquilo tudo que o levou ao Palácio do Planalto - a coisa é simples, mas a gente tem que focalizar aqui: você pagar uma diária de 8.200 reais para ficar num hotel para dormir, é muito. Acho que isso aí, se diminuir... Vai para um hotel de três, quatro estrelas, que resolve. Porque o Presidente vem do povo, e o povo se hospeda nesses hotéis pequenos. Oito mil e duzentos reais é uma pancada muito forte em termos de diária.

Mas eu quero aproveitar a presença do Deputado Luís Fernando Schmidt aqui na Casa, porque nós Vereadores, Deputado, estamos pensando seriamente na instalação da CPI não dos mutilados, mas em virtude das denúncias feitas pelo Ver. Marcelo Danéris na área da saúde, uma CPI da Saúde no Município. Mas por que não estendermos essas denúncias de abrangência estadual para uma CPI da Saúde no Estado? Começa pela Câmara Municipal e V. Ex.ª, lá na Assembléia, pede uma CPI da Saúde, para que nós possamos realmente esclarecer todos esses problemas que estão acontecendo, numa política de transparência que todos nós devemos ter, Deputado. Então, este é um pedido que estou fazendo da tribuna da Câmara para que V. Ex.ª pense seriamente: nós entramos com uma CPI aqui na Casa, em âmbito municipal, e V. Ex.ª, abraça isso, levando, através das denúncias que são feitas por um Vereador do seu Partido, o Líder Ver. Marcelo Danéris, de que há problemas na Saúde no âmbito estadual, então uma CPI estadual. Muito obrigado por V. Ex.ª ter atendido ao meu pedido e ter esperado por aqui.

Eu não vejo, depois das declarações, dos depoimentos feitos pelo Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, aqui de Porto Alegre, que não haja motivo para pedido de uma CPI. Eu sei que, quando se fala em CPI, logo se fala em jogada eleitoreira. Mas eu não posso acreditar que existam políticos que acreditem ou pratiquem, na área da saúde, jogadas eleitoreiras. Não. Não acredito. Por que se nós admitirmos que também na área da saúde, vai se usar a saúde para motivos eleitoreiros, aí não só a situação como a oposição não merecem estar na posição em que nós estamos. A saúde é a coisa mais sagrada para o ser humano. Logo, não é uma jogada eleitoreira. E quando se pede uma CPI no âmbito municipal - e é isso que se fala hoje na cidade de Porto Alegre, e nós temos também, na seqüência, denúncias do Ver. Marcelo Danéris, denúncias graves que abrangem o Estado do Rio Grande do Sul - por que não uma CPI no Estado do Rio Grande do Sul? Mas qual é o problema? Qual é o medo que se tem de Comissões Parlamentares de Inquérito? Eu sei que muitas CPIs já foram engavetadas de janeiro para cá, lá em Brasília, a pedido do Partido dos Trabalhadores; muitas CPIs já foram engavetadas. A última revista Isto É determina o número de CPIs que foram engavetadas, colocadas na gaveta; e outras que vão ter o mesmo caminho. Mas por que o medo? Por que uma CPI assusta o PT, se o Governo anterior era do Fernando Henrique Cardoso? Então, vamos fazer uma CPI sobre o Governo passado. Mas vamos fazer uma CPI, também aqui, na área da saúde para o Estado do Rio Grande do Sul. Por que não? Qual é o problema?

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Haroldo de Souza, estou acompanhando o vivo pronunciamento de V. Ex.ª para dizer que as CPIs têm que ter fato determinado. Não quero afirmar que no Estado não haja fatos determinados, é um cuidado que nós temos que ter. Sou grato a V. Ex.ª.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Muito obrigado. Agora, o fato determinado, por exemplo, no âmbito municipal, Ver. Elói Guimarães, eu acho que há. Uma pessoa morrer por falta de atendimento é um fato determinado. Se a morte não for um fato determinado na área da saúde, eu não sei mais, aí eu não entendo mais nada.

Mas o que estou dizendo é que, no bojo, como gostam de dizer os políticos, na esteira da CPI municipal, que se tragam também esclarecimentos a respeito da Saúde no Estado do Rio Grande do Sul. Mas que ela seja feita não só até o final de 31 de dezembro, quando estava o PT no Governo Estadual, que ela abranja também o Governo Rigotto, não há nenhum problema. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra em Comunicações. Ausente. O Ver. Wilton Araújo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho à tribuna, neste período, para colocar um assunto de extrema gravidade para a Cidade e para essa Casa. Sei que as implicações dos fatos ocorridos recentemente poderão trazer para a Casa uma discussão, por horas, desgastante, mas necessária, muito necessária. Não está presente o Ver. Darci Campani, que está em representação - esclarece o Ver. Juarez Pinheiro - e que hoje recebe destaque da imprensa local, porque, quando Diretor do DMLU, diz não só a reportagem, como também uma força-tarefa do Ministério Público, que fez a auditoria junto ao Tribunal de Contas, que chegou à conclusão de que dinheiro do erário municipal deveria e deverá, se assim entender o Tribunal, ser devolvido aos cofres públicos, implicando, com isso, responsabilização civil, criminal e política.

Sr. Presidente dos trabalhos, dessa responsabilização há que a Câmara tomar conhecimento pleno dos fatos. Se o Ministério Público, por intermédio de uma força-tarefa, chegou a essa conclusão, existem indícios, e indícios fortes, senão provas contundentes sobre a malversação do dinheiro público, e até a ilação do jornalista, de campanhas da Frente Popular.

O jornalista coloca, inclusive, que a Empresa Cores financiou a campanha do Prefeito Tarso Genro e que poderia ter também contribuído para a campanha do colega Ver. Darci Campani, fatos da maior gravidade, fatos esses que a Câmara terá de investigar também.

Nesse sentido, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com a responsabilidade que tem a Casa e este Vereador, encaminhamos Requerimento ao Sr. Presidente, no sentido de que a Casa, por intermédio da Presidência, oficie ao Tribunal de Justiça, para que a Casa, através da Mesa e da Comissão de Justiça, tenha ciência do conteúdo dessa investigação. Essa investigação tem conseqüências diretas com a Casa. Primeiro, porque é dinheiro público e dinheiro que foi desviado de suas funções ou mal aplicado. Segundo, porque o administrador público, o gestor desse dinheiro, é hoje Vereador, colega desta Casa. Por esses dois fatos a Câmara Municipal não deve silenciar; há que se investigar a malversação do dinheiro público e há que se investigar também a participação de um membro desta Casa.

É um fato gravíssimo, Sr. Presidente. Espero que a Presidência, que a Mesa da Casa diligenciem com a rapidez que a gravidade do fato merece. Já está protocolado o Requerimento, e eu gostaria de acompanhar a Comissão de Justiça para que a Casa tome conhecimento oficial deste inquérito. O Tribunal já se debruça sobre ele. Porto Alegre deve ter o conhecimento transparente através desta Casa, saber das conseqüências tanto para o erário, como para o nosso colega Vereador. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Aldacir Oliboni está com a palavra por transposição de tempo com o Ver. Zé Valdir.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, há poucos instantes nós presenciamos aqui uma manifestação deslocada, diria eu; e, mais do que isso, que não tem procedência nenhuma para poder querer implementar em Porto Alegre uma CPI dos mutilados. Eu poderia dizer, como trabalhador da Saúde, que nós teríamos então que começar a implementar uma CPI daqueles que venderam uma idéia de que iam implantar um posto de saúde a cada mil metros quadrados e, até o momento, sequer um posto de saúde foi sinalizado. Nós teríamos então que implementar uma CPI dos medicamentos controlados, porque milhares de pessoas podem vir a faltar por causa disso, e todos os dias a própria imprensa salienta isso em relação ao Governo do Estado.

Nós poderíamos implementar uma CPI daqueles Deputados que mantêm albergue em Porto Alegre, utilizam-se dos serviços de saúde de Porto Alegre, utilizam-se das senhas das prefeituras do interior, fazem a política da “ambulancioterapia”, e sequer manifestam-se sobre o tema. Nós tínhamos que investigar, de fato, que os 40% dos serviços prestados em Porto Alegre são do interior do Estado, para saber quem está pagando a conta. Aí sim, nós vamos mapear por que Porto Alegre gasta mais de 18% do Orçamento do Município para poder atender à demanda e ainda não é suficiente.

Nós teríamos “n” motivos para poder querer a CPI, mas não dessa forma deslocada, que não caracteriza a realidade do atendimento em Porto Alegre, até porque, nos últimos anos, nós já chegamos a mais de cento e quarenta serviços implementados em Porto Alegre e mais de vinte e dois hospitais conveniados.

Saliento também que da mesma forma que o IPE, Instituto de Previdência do Estado, não paga os hospitais, é evidente, é lógico, que os prestadores de serviço acabam reduzindo esses atendimentos e os transferindo para o SUS, e é exatamente o Governo do Estado o maior devedor dos prestadores de serviço que deveriam dar a contrapartida no Município de Porto Alegre, até porque Porto Alegre é considerada uma referência em atendimento em nível nacional.

Quero destacar, também, um assunto de extrema importância, que é com relação à política salarial dos trabalhadores da Saúde. Nós, trabalhadores da Saúde, estamos vivendo um momento muito difícil, porque a nossa categoria, que envolve trabalhadores de mais de cem clínicas de Porto Alegre, da Grande Porto Alegre, e mais de vinte e dois hospitais que pertencem na área patronal ao SINDIHOSPA, e na área dos trabalhadores ao SINDISAÚDE, tivemos, no período, mais de 18% de perdas salariais, e o SINDIHOSPA teve a coragem de oferecer aos trabalhadores apenas 3%. Isso é considerado pela categoria um desrespeito aos trabalhadores. Muito mais do que isso: hoje pela manhã a comissão que faz a negociação do dissídio coletivo, que esteve procurando o Presidente do SINDIHOSPA, Dr. Davi Gusmão, não foi recebida. Isso é uma desconsideração, até porque, na época, apenas para fazer uma referência, em 1995, quando nós tínhamos aqui o nosso colega Ver. Juarez Pinheiro Diretor do Hospital Conceição, nós dávamos o INPC com muito orgulho para poder qualificar a mão-de-obra, valorizar os trabalhadores e, mais do que isso, fazer com que os trabalhadores, ao longo dos anos, pudessem ser reconhecidos pelo trabalho que prestam.

É nesse sentido que, em nome também do SINDISAÚDE, nós queremos dar aqui o nosso manifesto de repúdio à patronal que não reconhece a luta dos trabalhadores da Saúde na área privada e que ofereceram apenas 3%. Queremos sim os 18,24% e manteremos a mobilização dos trabalhadores até ter um resultado positivo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, um esclarecimento. V. Ex.ª recebeu o Ofício do Vereador Líder do PPS, Ver. Wilton Araújo, que eu não sei qual foi o cabimento que deu ao mesmo, que ele, na sua intervenção, colocou. Eu só quero chamar a atenção para que a Câmara não cometa uma gafe muito grande, porque esse instrumento que foi lido pelo Vereador é um procedimento comum que tramita dentro do Tribunal de Contas. Não tem nada a ver com Ministério Público Estadual e nem com o Poder Judiciário, com Tribunal de Justiça. Portanto, eu gostaria que a Mesa se manifestasse sobre isso. E o Vereador sequer teve a possibilidade de fazer a sua defesa. Para que não se faça um equívoco burocrático, jurídico, eu pediria que a Presidência se manifestasse. Só peço um esclarecimento a V. Ex.ª para saber se recebeu o Requerimento do Vereador?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não. A Mesa não tem, mas V. Ex.ª pode ter a tranqüilidade...

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Então, peço desculpas. Ele comunicou que estaria entrando, mas então não entregou ainda. Então, eu pediria um certo cuidado desta Câmara de Vereadores, como sempre tem tido o Presidente. É que, na intervenção do Vereador, ele deu a entender que seria o Ministério Público Estadual, e não é isso. É no âmbito do Tribunal de Contas, e o Ver. Darci Campani sequer recebeu, até agora, a possibilidade de fazer a sua defesa, como é comum nesse processo, e só depois vai para o Pleno do Tribunal de Contas, onde os Conselheiros se manifestam.

Portanto não podemos deixar transitar em julgado. É um colega nosso. Pois qualquer um que dirija, seja no Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, um órgão público, ele tem as suas contas examinadas, há um processo inicial de averiguação, como V. Ex.ª pediu várias vezes, de avaliações preliminares; depois é dado espaço para a defesa e só depois vai ao Pleno do Tribunal de Contas. Então, só quero que a Câmara Municipal de Vereadores não pague o vexame de encaminhar para um outro órgão, o que não cabe.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, a Mesa estará sempre atenta e tranqüila e, com serenidade e responsabilidade, decidirá o que vai ocorrer. O Requerimento não chegou aqui; nós não temos, então, nenhum posicionamento neste momento.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, tenho apenas o intuito de contribuir. Essa matéria, hoje publicada, tem origem em várias denúncias que este Vereador protocolou no Tribunal de Contas, junto ao Ministério Público Especial, chefiado pelo Dr. Cezar Biolchi. A informação, fornecida pelo Tribunal, é de que há um Parecer do Ministério Público, fazendo essa recomendação. O Relator dessa matéria é o Conselheiro, ex-Presidente do Tribunal, Saul Mileski. Se essa matéria, depois, vai ser acolhida pelo Relator e julgada no Pleno do Tribunal é uma outra questão. Agora, o que o Ver. Wilton Araújo pediu - acho que procede, e este Vereador reforça - é que a Câmara aproprie-se do Parecer. Não há julgamento, não há trânsito em julgado, e, da nossa parte, ninguém está fazendo acusação a ninguém. Agora, esta Casa tem o direito, porque um parecer ministerial é público e muito mais público a quem é Vereador desta Casa. Portanto, se eu, Vereador, como pessoa física, for lá pedir, não vou receber, mas a Câmara ou a Comissão pode - está no seu Regimento, está na sua Lei Orgânica; e eu reforço o pedido.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Requerimento, volto a dizer, não chegou à Mesa; no entanto, o Vereador Wilton Araújo havia formulado o desejo de que a Câmara, por seus meios competentes, conhecesse o expediente. Isso, evidentemente, na oportunidade, nós examinaremos; não há por que não conhecê-lo.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Agradeço, Sr. Presidente. Para finalizar este debate, acho que é importante fazer os esclarecimentos, porque não é que não seja público. O Ver. Sebastião Melo sabe que, para que esse Relatório seja entregue à Câmara, é preciso que haja uma deliberação da Mesa Diretora. Ver. Sebastião Melo, V. Ex.ª sabe disso.

De outra parte, é um Relatório preliminar, e é dada, agora, a oportunidade de defesa à pessoa, que não está sequer indiciada; há apenas um apontamento de avaliações de que seriam feitos serviços contrariamente à Lei de Licitações. Não há nenhum indiciamento, não há sequer ainda a possibilidade de defesa. Portanto, fazermos, aqui, transitar em julgado a idéia de que haja irregularidade, é uma temeridade, uma irresponsabilidade; não digo que seja ferir a ética - não foi intenção de Ver. Wilton Araújo -, mas é algo extremamente precipitado. Nada contra a que a Câmara de Vereadores se aproprie disso, mas esse é um documento, neste momento, reservado, de acordo com o Regimento do Tribunal de Contas.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Juarez Pinheiro, a Mesa é atenta e paciente. Esse é um assunto que deveria ser debatido da tribuna. Neste momento o Ver. Wilton Araújo tem direito à palavra.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Agradeço. Embora não seja exatamente este o microfone adequado, e sim o da tribuna, o debate se estabeleceu aqui. Sr. Presidente, a Casa não perde, a Cidade não perde em conhecer, e a fundo, aquilo que foi levantado pelo Ministério Público Especial. Não vejo qual seria a dificuldade em a Cidade ter mais informações. A Mesa, a Presidência, a Comissão de Constituição e Justiça saberão conduzir, como sempre fizeram.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): É importante que a Mesa, a Casa, conheçam, porque trata-se de recursos do erário municipal, que estão analisados no Tribunal de Contas. Evidentemente, não há indiciamento de ninguém, não há ainda decisão final, apenas uma proposição de que o ex-Diretor do Departamento Municipal de Limpeza Urbana seja responsabilizado por cerca de 01 milhão e 800 mil reais, se não estou equivocado. Está na imprensa no dia de hoje, o fato é público, e a Casa, entendo, deve esclarecer isso.

O Ver. Zé Valdir está com a palavra, por transposição de tempo com o Ver. Aldacir Oliboni, em Comunicações.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, aos poucos a história vai contando a verdadeira história. Nos jornais, nós nos deparamos com as denúncias da CEEE, graves denúncias, com fatos já comprovados, dois dos quais de indignar qualquer um. O primeiro fato é o de que se pagou, para uma empresa, a RP Engenharia, nada mais, nada menos do que 30% a mais do que a menor oferta, para construir cinco centros comunitários na Usina de Dona Francisca. O segundo fato é que o Presidente Wilson Cignachi e mais o Sr. Bermudez, que é diretor da CEEE, assinaram uma procuração para um escritório de advocacia; só que, dez dias antes, já tinham pago 320 mil reais para esse escritório, sem licitação, para fazer um determinado trabalho jurídico. Se fosse na Administração Olívio Dutra, iria “cair a casa”. Os comentaristas de um determinado setor da imprensa iriam bater diariamente, já anunciar a corrupção, julgar e condenar, como fizeram por ocasião da CPI da Segurança. Se fosse em relação ao Prefeito de Porto Alegre, iriam fazer um carnaval muito maior do que o que estão fazendo com a Saúde, que não tem fatos como esses. Como aliás tentaram fazer quando eu era Presidente da FESC, hoje FASC, quando se instalou uma CPI nesta Casa e tudo o que se conseguiu comprovar foi um total de 12kg de farinha vencidos, estragados, num depósito de 500t, porque queriam dizer que eu contratei sem licitação. Eu trouxe a prova da licitação, e, depois, passaram três meses, nesta Casa, tentando fazer com que o resultado da Comissão se esvaísse, sem nunca proclamar o resultado, para fazer com que a Comissão morresse de inanição para sair da enrascada em que a Câmara se meteu.

Fatos muito graves estão acontecendo na CEEE, fatos muito graves! Se fosse no tempo do Olívio, para o Lasier Martins e outros comentaristas seria um “prato feito”. Aliás, o Lasier Martins agora só fala dos sem-terra, do Município e do Prefeito de Porto Alegre. Não fala mais nada do Estado, não fala mais em segurança. Quando fala em segurança é para dizer que tem crime, mas que isso é uma fatalidade do destino. Agora não é mais um problema de política governamental, é uma fatalidade do destino! E os assuntos logo repercutem nesta Casa. Aliás, eu acho que ele deve ser orientador intelectual de alguns Vereadores, porque, às vezes, eles até repetem as mesmas frases ditas por ele.

Agora, esse fato da CEEE é muito grave, e a imprensa está dando repercussão a ele e dizendo que há um clima de paralisia na CEEE e uma intervenção branca do Governo do Estado, que não tem coragem de assumir o que está acontecendo lá. A CEEE foi, em governos passados, anteriores ao do Olívio, famosa pela indústria das ações trabalhistas. Quando o Olívio assumiu o governo, botou ordem na casa, com o Vicente Rauber administrando. Não se falou mais; o Rauber começou a botar ordem na casa. Agora está-se fazendo na CEEE um rombo como nunca houve na história da CEEE. Isso é muito grave! E eu não vejo, aqui nesta Casa, os Vereadores que são dos partidos políticos que dão sustentação ao Governo Rigotto virem aqui dizer uma palavra! Falam do Governo Federal, falam das reformas, falam da questão da saúde; o Estado não existe mais! Aliás, já pararam de falar em segurança, da segurança, que está terrível, cada vez pior, e ainda com a polícia adotando a política do extermínio. Está cada vez mais difícil a segurança. Mas ninguém mais fala, nesta Casa, em segurança, ninguém vem mais aqui dar repercussão...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tempo encerrado, Ver. José Valdir.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Já concluo, Sr. Presidente. Ninguém vem aqui dar repercussão às questões do Estado. Eu desafio o Ver. Reginaldo Pujol e tantos outros a virem aqui falar alguma coisa sobre essa questão, da CEEE, já que não querem mais falar sobre segurança.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tempo encerrado.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Venham aqui dar uma explicação, porque isso tem a ver com questões sérias para Porto Alegre.

Concluo, Sr. Presidente, dizendo o seguinte: isso tem a ver com a questão da privatização, porque nós queremos a CEEE bem administrada. Nós não queremos que a CEEE seja mal-administrada...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tempo encerrado, Nobre Vereador.

 

O SR. ZÉ VALDIR: ...para não alimentar...

 

(Som cortado conforme determinação da presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, eu chamei a atenção de V. Ex.ª, um minuto atrás, de que o seu tempo estava encerrado.

Pode concluir o seu pensamento.

 

O SR. ZÉ VALDIR: V. Ex.ª deve adotar a mesma atitude para com os outros Vereadores...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Com todos os Vereadores.

 

O SR. ZÉ VALDIR: ... como, por exemplo, com o Coronel Pedro Américo Leal.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, isso não é nem coleguismo, nem ética.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho, em Comunicações.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria de dizer ao Ver. Aldacir Oliboni que ninguém quer a “CPI dos mutilados”. Nós queremos ir muito mais além: nós queremos a CPI da Saúde. Talvez o Ver. Zé Valdir, se tivesse alguém mais próximo a ele precisando de uma hospitalização, de uma cirurgia de urgência ou de um exame definitivo e esclarecedor, talvez não achasse tão bom o sistema - ou desse um “carteiraço”, evidentemente -, e aí, iria dizer que não, que está tudo bem; na saúde está uma beleza, e não sei por que eles querem fazer essa brincadeira que eles estão fazendo... Não, isso não é brincadeira!

Nós tivemos uma denúncia na Companhia Estadual de Energia Elétrica, Ver. Zé Valdir, que, como Corregedor da Casa, está acima do Presidente - e chama a atenção do Presidente publicamente. O Ver. Zé Valdir falou da Companhia Estadual de Energia Elétrica. Exatamente, teve um problema lá, foi denunciado. V. Ex.ª sabia que foram demitidos o Presidente e três diretores, imediatamente? Ora, mas é evidente, houve uma forma coatora ou..., não importa: saiu o Presidente e saíram os diretores. Quer atitude mais lisa e mais correta que essa?

Pois eu sou de um Partido que dá sustentação a um Governo honrado, digno e corretíssimo, do Governador Germano Rigotto, nome que pronuncio com o maior respeito, para dizer e conclamar a Bancada do Partido dos Trabalhadores para nos ajudarem nessa investigação, nesse enigma da Saúde. Em dezesseis anos não se plasmou uma política de Saúde - e eu digo isso desde o dia em que fiz o meu primeiro pronunciamento nesta Câmara. Não se plasmou uma política de Saúde que resolva, lá na ponta, o problema de pessoas que têm, na Saúde, a última desgraça da sua escada de sofrimentos, porque, quando uma pessoa está doente lá na favela, ela já passou pela fome, já passou pelo desemprego, já passou por todas as misérias humanas, e a doença é a pá de cal nas suas aspirações, nas suas esperanças de um dia ter uma família decente, de ter os filhos com saúde.

Nessa experiência pessoal, tenho tentado, de todas as maneiras, passar desta tribuna, falando na Medicina de Família, que o Partido dos Trabalhadores, durante muito tempo, rejeitou como idéia - para fazer justiça, a única pessoa do Partido dos Trabalhadores que incentivou essa idéia foi o Ver. Juarez Pinheiro, quando Diretor do Grupo Hospitalar Conceição -, e se fez um trabalho primoroso com essa idéia. É uma idéia que apaixona pelos resultados de um político ao administrar uma situação dessas; ver a população usufruir do seu sonho, do seu projeto e, principalmente, ver aumentados os níveis de felicidade social, de segurança das pessoas, porque, ao saber que têm uma estrutura de Saúde, há muito maior confiança, há muito maior seguridade, há muito maior relacionamento. É a isso que estamo-nos referindo, é isto o que o Partido dos Trabalhadores não conseguiu, em dezesseis anos: plasmar para uma política municipal de saúde suficiente para essa população que tem bolsões de dez, quinze, vinte mil pessoas sem um posto de saúde. Essa é a tragédia diária que se vive nas emergências dos hospitais e que nós clamamos há mais de seis anos, sem parar, nesta tribuna.

E em tudo isso, quantas vezes debocharam das nossas palavras, e hoje se precipitando um pedido de CPI, que não é para investigar pessoas, é para dar um sistema decente a uma população que sofre, que se faveliza, que morre e que não tem direito à saúde, que não tem direito à vida. Perdão, Senhor Deus dos desgraçados!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. 2580/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 121/03, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que denomina Posto de Saúde da Família “José Eduardo Utzig” o posto de saúde localizado na CEFER I, no Bairro Jardim Carvalho.

 

PROC. 2495/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 115/03, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que dispõe sobre a oficialização da Feira de Artesanato do Brique de Sábado da Avenida José Bonifácio.

 

PROC. 2538/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 118/03, de autoria do Ver. Elias Vidal, que autoriza o Executivo Municipal a especificar e ceder um ou mais locais para comercialização em forma de sacolões, chamados Direto do Campo.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. 2123/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 007/03, de autoria do Ver. Ervino Besson, que cria o passe livre para estudante carente. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. 2536/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 117/03, de autoria do Ver. Beto Moesch, que autoriza o Executivo Municipal a erigir monumento em homenagem ao centenário de nascimento do Cardeal Dom Vicente Scherer.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. 0967/03 – SUBSTITUTIVO N.º 01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que dá nova redação ao art. 36 da Lei Complementar n.º 170, de 31 de dezembro de 1987, alterada pela Lei Complementar  n.º 180, de 18 de agosto de 1988 e pela Lei Complementar n.º 250, de 11 de julho de 1991, e dá outras providências ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 004/03, de autoria do Ver. Luiz Braz.

 

PROC. 1729/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 060/03, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que denomina Largo Lanceiros Negros o equipamento público de circulação urbana, localizado na confluência da Av. Ipiranga com a Rua Dr. Salvador França, no Bairro Jardim Botânico

 

PROC. 1824/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 077/03, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e Nereu D’Avila, que institui o Dia Municipal de Controle da Anemia Falciforme e dá outras providências.

 

PROC. 2406/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 108/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que determina a obrigatoriedade da colocação de obra de arte nos prédios urbanos com mais de 1.500m2.

 

PROC. 2516/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 049/03, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que concede o troféu Honra ao Mérito ao Senhor Marco Antônio Hochscheit.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Exm.º Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, na condição de ex-Secretária da Cultura, também de professora de Artes Plásticas, de especialista em artes, eu gostaria de fazer alguns comentários em torno do Projeto do Vereador e companheiro da Frente Popular, Raul Carrion, que obriga prédios que tenham mais de 1.500m2, a colocarem uma obra de arte. Queria fazer um comentário genérico sobre Arte Pública, que, na verdade, nos tempos contemporâneos, reiniciou na Cidade do México, no início do século passado, e que, hoje, tem como legado três grandes pintores que compõem o Muralismo mexicano, quais sejam Orozco, Diego Riveira e Siqueiros. As suas obras estiveram expostas em Porto Alegre, nas últimas bienais, constituindo aquilo que nós chamamos de Muralismo mexicano. A idéia, o princípio geral era de que a obra de arte deveria estar à disposição de todas as pessoas, e não mais confinada em galerias e museus, mas nas ruas, ao alcance dos olhos e das mãos. A Cidade do México, hoje, constitui o maior acervo de Arte Pública na história. Poderíamos citar, também, a cidade de Barcelona. Quando eu era Coordenadora de Artes Plásticas, queria levar a arte para a rua, mas com muita responsabilidade, pois considerava essa uma questão muito difícil na sua regulamentação. Então, procuramos a especialista, em São Paulo, Radhá Abramo, porque somos favoráveis à obra de arte, pois ela confere sentido a um determinado espaço. Realizamos, Ver. Cláudio Sebenelo, o concurso Espaço Urbano/Espaço Arte, que, hoje, detém mais de quinze obras de arte na cidade de Porto Alegre, que são de responsabilidade da Secretaria da Cultura, sendo as anteriores responsabilidade da SMAM porque ficam em praça pública.

Há um edital, uma licitação, que tem erros e acertos, mas que se aperfeiçoa a cada ano, mas que exige sempre uma comissão de seleção. Essa comissão é formada por especialistas, críticos, professores universitários, representantes das entidades que estabelecem critérios claros e objetivos; tem que ter um memorial descritivo; tem de analisar, por meio de fotografias, de projeções, como a obra se comporta em relação ao entorno. Embora esses critérios sejam explícitos, sempre tem um alto grau de subjetividade, e sempre há uma grande polêmica em relação ao resultado.

Há bons exemplos de Arte Pública que poderíamos citar: a obra do escultor Mauro Fuke, a obra de cerâmica mural que fica na Vasco da Gama; também a obra da Maria Tomaselli, no calçadão da praia de Ipanema, denominada “Para namorar o pôr-do-sol”; da Cláudia Stern, que é uma homenagem a Zumbi, inclusive uma sugestão do Ver. Wilton Araújo, cuja escolha foi também por concurso realizado pela Secretaria da Cultura.

Há, com certeza, um acervo anterior, artistas consagrados, que foram convidados, que é uma honra para uma cidade ter obras públicas de Francisco Stockinger, na Praça D. Sebastião; de Vasco Prado, na Assembléia Legislativa; de Tenius - como V. Ex.ª citou muito bem ontem -, no Monumento dos Açorianos, que é um símbolo, hoje, da cidade de Porto Alegre.

Eu quero parabenizar a intenção do Ver. Raul Carrion, que a intenção maior seria a de valorizar a obra de arte, de prestigiar os nossos artistas, mas acredito que tenha problemas na regulamentação dessa lei. Eu quero colocar algumas dúvidas: não seria uma imposição indevida do Poder Público em relação à iniciativa privada? Como regulamentar essa lei? Eu gostaria de conversar, de discutir, de aprofundar esse debate com o Ver. Raul Carrion. Quem determinaria a linguagem: se é escultura, se é pintura, se é gravura? Quem poderia selecionar? Quem convidaria? Como garantir a integridade artística da obra de arte? Como compatibilizar o entorno, se não será uma função do Poder Público e sim da iniciativa privada?

Então, na Comissão de Constituição e Justiça, o meu parecer foi pela rejeição, mas considerando, apenas, aspectos legais, como deve ser na Comissão. Agora, estou fazendo a discussão de mérito. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, nós temos na Pauta do dia de hoje vários projetos, mas, eu quero voltar a discutir o Projeto de autoria do Ver. Ervino Besson, que cria o passe-livre para estudantes carentes.

Quando eu faço determinadas discussões, aqui, de determinados projetos, eu faço questão de esclarecer isso, porque, às vezes, pode criar algum “clima” de desentendimento com algum Vereador, e, ontem, eu fazia questão de esclarecer isso pessoalmente com o Ver. Ervino Besson, que não é uma questão pessoal sobre alguns projetos, eu tenho posição. Por exemplo, eu sou contra todos esses projetos que criam disciplinas, conteúdos, enfim, no currículo das escolas. Já caracterizei a minha posição. Tenho uma posição, também, contra os projetos autorizativos; já discuti aqui, ontem, mas, eventualmente, voto no mérito do Projeto. E a mesma coisa é esse tipo de projeto que reduz ou cria algum tipo de isenção à tarifa dos transportes. Por que eu sou contra? Isso não é uma questão filosófica; não se trata aqui de julgar se isentar ou reduzir a tarifa desse setor é justo ou não. Não é uma discussão moral, ética ou filosófica sobre a justiça. Estamos discutindo aqui é a questão da política administrativa, como é que nós administramos, numa cidade, o transporte coletivo. E aí, eu dizia, ontem, quero retomar, que não tem como inventar a roda; existem três maneiras de fazer isso: ou nós estatizamos o transporte coletivo e passamos a manter uma ou mais empresas estatais e financiamos o transporte coletivo com tarifa zero com verbas orçamentárias; ou nós mantemos o sistema privado e subsidiamos uma parte da tarifa para baratear; ou fazemos como no atual sistema de Porto Alegre - que não fomos nós que inventamos, e até fomos criticados por tentar fazer diferente no primeiro governo da Administração Popular, quando houve a intervenção dos transportes - em que o usuário custeia a passagem. Toda e qualquer isenção ou redução de tarifa que dermos, obviamente, estaremos fazendo gentileza com o chapéu dos outros; estaremos fazendo gentileza com o chapéu do usuário, porque os usuários pagantes, que são trabalhadores, estarão financiando os outros setores que isentamos ou que reduzimos. Há situações que já estão consolidadas, por exemplo, o caso dos idosos e do passe-livre, porque essas são situações universais, pois todo mundo, um dia, vai ficar idoso, salvo exceções. Todas as pessoas, no dia do passe-livre, podem utilizar o ônibus gratuitamente. São situações em que o conjunto dos usuários arca, mas que tem um retorno universal, porque sempre se tem alguém idoso na família que se utiliza desse benefício, como algum conhecido de baixa renda, que também usufrui para fazer lazer pela Cidade com o transporte gratuito; do contrário, não teria condições. Tanto é verdade, que, no local onde moro – moro na divisa de Alvorada - observo que as famílias de baixa renda se programam para o final de semana com passe-livre para poder vir até o Gasômetro ou até o Lami.

Portanto, mexer na instituição do passe-livre é um equívoco brutal, e aumentar o número de isenções, por mais justas que sejam, também é um equívoco, porque estaremos, de um lado, fazendo uma coisa para beneficiar um segmento da população e onerando o sistema para o conjunto da classe trabalhadora na cidade de Porto Alegre. A menos que se mude o modelo, que não seja mais um modelo baseado no financiamento dos usuários, passando para um modelo de sistema encampado pelo Poder Público, estatizado ou no modelo de subsídio. Do contrário, não tem como nós fazermos esse tipo de Projeto, isentando ou reduzindo o valor da tarifa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, como também os telespectadores que, em suas residências, estão nos assistindo pela TV Câmara. Está em discussão de Pauta um Projeto deste Vereador, que autoriza o Executivo Municipal a especificar e a ceder um ou mais locais para comercialização de alimentos, em forma de sacolões, chamado Direto do Campo. Eu gostaria de explicar aos senhores Vereadores e Vereadoras, como também ao público que nos assiste pela televisão, como é esse Projeto Direto do Campo.

Eu tenho sempre me perguntado de que forma eu posso contribuir para com a sociedade com relação a essa campanha Fome Zero. Muitos dos senhores sabem a minha posição em termos de concordar com a emergência do Programa Fome Zero no que se refere a doações de alimentos. Mas, num primeiro momento, somente num primeiro momento, concordo com uma forma emergencial de doação dos alimentos. Mas não concordo no sentido de ser uma campanha prolongada somente com essa raia, com essa linha: o doar a comida como o doar o peixe. Eu acho que precisamos trabalhar em outros aspectos. E este Vereador tem se preocupado em relação a esse assunto. Então, tramitam na Casa três Projetos: um é o Direto do Campo; outro é da grade curricular e outro das estufas hidropônicas.

O que é o Projeto Direto do Campo? Para aqueles senhores que já viajaram para Santa Catarina, principalmente para Florianópolis, conhecem, possivelmente, um Programa que está dando certo e muito certo no Estado de Santa Catarina, e as coisas boas devem ser imitadas, por que não? Direto do Campo é um programa que acontece no Estado de Santa Catarina, em diversas cidades, em diversos lugares, não só na ilha, em Florianópolis. É uma espécie de supermercado – aqui na gravura, eu acredito que os Senhores estejam vendo, a televisão também – mas de uma forma muito organizada, onde o carrinho de supermercado passa como se passasse pelos caixas do supermercado. Com uma balança no chão o carrinho passa, ele já tem um peso, que é descontado, e tudo o que se coloca dentro do carrinho se paga por quilo. A Prefeitura estimula esse tipo de comércio que é, inclusive, um regulador dos preços em relação aos supermercados. E muitas pessoas estão sendo beneficiadas, são só as pessoas que estão desempregadas. É um programa que não é discriminatório, atendendo todas as pessoas. Está aparecendo bem, aqui na gravura, que tem estacionamento. Para quem já foi, vê-se multidões de pessoas comprando. E se paga setenta e cinco centavos o quilo de qualquer mercadoria de hortifrutigranjeiro - qualquer mercadoria. Se você quiser comprar um carrinho lotado, cheio de alface, se pesar três, quatro quilos, você vai pagar o quilo a setenta e cinco centavos. Fazendo contato com Florianópolis, com os especialistas dessa área em Santa Catarina, disseram-me que o preço do quilo a setenta e cinco centavos gera um lucro líquido de 3%. Disse-me um dos organizadores que o ideal seria algo em torno de 5%, 6%, não ultrapassando 10%. Isso não ultrapassaria noventa e cinco centavos ou um real. Então, esse Projeto, na realidade, senhores, é racional, equilibrado, e a Prefeitura de Porto Alegre poderia colaborar cedendo algumas áreas, de repente, no Bairro Restinga, Zona Norte, Zona Central, em todos os lugares, vendendo o quilo. Esse é um programa que merece que os Vereadores dessa Capital investiguem Santa Catarina, porque, afinal de contas, Florianópolis, Santa Catarina, é aqui do lado. Eu tenho perguntado para muitos Vereadores e outras pessoas se conhecem e me surpreendi. Um programa que está dando certo, e muito certo no Estado de Santa Catarina, é desconhecido para nós aqui, e é um lugar para onde nós, os gaúchos, vamos muito. Eu tenho familiares que moram na ilha de Florianópolis, e vou quase todos os anos para lá, na casa de meus parentes, e me surpreendi quando vi que meus parentes comiam frutas, verduras, legumes em grande quantidade, em abundância. E eu disse: como é que vocês têm tanto dinheiro para comprar e comer tão bem? E fui descobrir esse programa que funciona no Estado de Santa Catarina, e esse programa, Sr. Presidente, queremos trazer para o Estado do Rio Grande do Sul, começando por Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, eu gostaria de solicitar o tempo de Comunicação de Líder para falar sobre a Semana do Meio Ambiente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero, em primeiro lugar, parabenizar o Ver. Beto Moesch pelo grande trabalho que tem feito sobre a conscientização, o amor e o trato com a natureza. O Ver. Beto Moesch tem se tornado cada vez mais um expoente, um grande guerreiro, um grande lutador nessas causas em relação ao meio ambiente.

Mas, como o meio ambiente, o mundo onde vivemos, a terra, o solo onde pisamos, para aqueles cristãos e não-cristãos de toda a Terra, que acreditam num Deus criador do Céu e da Terra, nesta Semana do Meio Ambiente, nós poderíamos fazer uma menção à pessoa de Deus, como agradecimento pela terra, pelo ar, pelo sol, pela luz e pela vida que nos concede.

Eu pesquisei na Internet, na Bíblia on line, alguns versículos da Bíblia que falam sobre a terra e descobri alguns versos interessantes - e esses versos são encontrados em todas as Bíblias de todas as religiões do mundo inteiro, quer na tradução em Jerusalém, Ave Maria, João Ferreira de Almeida. E, nesta Semana do Meio Ambiente, eu gostaria de salientar alguns desses versos. Há um texto que diz assim:

(Lê.) “Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque és pó e ao pó tornarás.”

“Do suor, comerás o teu pão.” É a terra que dá o pão, é a terra que nos alimenta, é a terra que nos dá a vida. Em se tratando de terra e na Semana do Meio Ambiente, eu acredito que é um bom momento para que possamos refletir como tratar a terra com mais carinho, com mais amor, o solo que nós pisamos.

Outros versos que me chamaram a atenção:

(Lê.) “Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a estabeleceu, não a criando para ser um caos, mas para ser habitada.”

“A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha...” Diz Isaías, 24:20 - um Profeta que escreveu há setecentos e vinte anos a.C.: (Lê.) “A terra cambaleia como o ébrio, e balanceia como a rede de dormir, transgressão se torna pesada sobre ela...” E um outro texto que diz que Deus fez os céus e a terra. Há um texto que diz assim: “A Terra murcha porque seus moradores saqueiam a terra.” Eu faço uma reflexão, nos poucos minutos que temos, pois precisamos, de fato, respeitar mais a terra. Agride-me e agride a V. Ex.ªs quando a gente percebe que tanto lixo é jogado sobre a terra. Tanto toco de cigarro, tanta lata de refrigerante, de bebidas alcoólicas, tanto saco plástico, tanto pneu, tanta queimada, tantas coisas horríveis. Tem-se transgredido, e a terra murcha e cambaleia, porque seus moradores saqueiam a terra. Essa é uma forma de saquear. Esta palavra saquear é uma palavra pesada, muito forte. Por isso é que este Vereador lançou um projeto sobre técnicas agrícolas, porque eu acredito que, no colégio, quem sabe, possamos criar uma consciência melhor, uma consciência ecológica para tratarmos a terra com mais carinho, com mais amor, com mais misericórdia, com o chão é que nós sujamos os pés no seu barro; muitas vezes, o nosso corpo com o pó, mas é dela que sai o pão. Então, deixo como uma reflexão nesta Semana do Meio Ambiente, que possamos trabalhar mais e apoiar sempre a Semana do Meio Ambiente, porque é um bom momento para reflexão, para que possamos tratar melhor a terra, essa terra que abre o seio, e ali é jogada a semente; a semente como um feto que sai do ventre de uma mãe; a semente germina e, rasgando a terra, sai o broto, e dali sai o pão. Todos os programas da Terra vão falhar se a semente não for jogada no chão e com amor e carinho nós não trabalharmos essa semente.

Saúde e paz, como diz o nosso Presidente, Ver. João Antonio Dib. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Sr. Elói Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, pretende o Ver. Ervino Besson criar passe-livre para estudante carente. Esta é a proposição do Vereador que tem de ser amplamente examinada, porque, num passado, se dizia que o transporte, as isenções eram pagas pelos empresários, ou mesmo o Poder Público, em certos aspectos autoritário, sobejava-lhe poderes para estabelecer as isenções. E Porto Alegre criou uma faixa, Ver. Pedro Américo Leal, isencional significativa. Eu não tenho os últimos dados, mas já tivemos esses dados, éramos, na federação brasileira, a cidade que mais faixa isenta propiciava a determinadas categorias e tínhamos aquela idéia equivocada para alguns, para outros se valiam disso para fazer política partidária, demagógica. Depois, com o tempo, se discutiu muito isso. Eu talvez tenha sido um daqueles que mais discuti essas matérias, até porque, num determinado momento difícil, fui Secretário dos Transportes e dizia que quem pagava a isenção era o “zé da marmita”, aquele que, na madrugada, saía e talvez ainda saia com a sua marmitinha, às 5h, tomando o ônibus, pagando a passagem para trabalhar, sendo que esse cidadão pagava “n” isenções. Eu dizia que isso em si, por si, é uma injustiça, porque, muitas vezes, determinados segmentos que têm a vantagem da isenção têm mais condições financeiras do que aqueles trabalhadores que pagam a passagem. Sempre me mostrei contrário ao alargamento da faixa isencional, porque, cada vez mais, joga na conta, joga no bolso do passageiro que, via de regra, é o trabalhador, um plus a pagar. Então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, para nós ofertarmos iniciativa como esta, que eu sei que é das melhores intenções e não ignoro que o carente merece uma passagem gratuita, mas nós tínhamos de encontrar formas e mecanismos capazes de não aumentar a tarifa. Não fazer com que a tarifa paga pelo passageiro trabalhador seja aumentada. Porque na medida em que nós dermos uma isenção, nós estaremos aumentado um “x” na passagem, porque a passagem, a tarifa, em Porto Alegre, que, hoje, é uma Lei da iniciativa deste Vereador, subscrita, também, pelo Ver. Zé Valdir, é a metodologia de cálculo que rege, que regra a questão da tarifa, onde tudo está dimensionado. Há custos, há receitas, há um denominador que se chama IPK. Portanto, eu quero dizer, Sr. Presidente, que eu sou resistente à isenção no transporte coletivo, porque vai pagar aquele que paga passagem e aquele que paga passagem é operário, é trabalhador. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Antonio Dib, Presidente, Ver.ª Margarete, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, senhoras e senhores, eu ouvi o Ver. Elói Guimarães fazendo um comentário a respeito do Projeto de Lei, de autoria do Ver. Ervino Besson, que, ao meu modo de ver, equivocadamente, se propõe uma isenção à tarifa. Estou dizendo equivocadamente, porque ele propõe mais uma isenção à tarifa. Eu quero dizer que o Projeto que nós votamos ontem aqui não consistia, simplesmente, em propor. Nós não propúnhamos uma isenção, nós fazíamos uma troca do dia do passe-livre com o dia dos desempregados. Mas, neste Projeto aqui, o Ver. Elói, fazendo comentário, falou, Ver. Wilton Araújo, e V. Ex.ª vai lembrar muito bem, no plus, ele falou, várias vezes plus. V. Ex.ªs lembram o plus tarifário. Ora, sabem o que aconteceu no plus tarifário? Eu lembro o seguinte: o PT era absolutamente contra o plus tarifário. Porque o plus tarifário foi criado para que os transportadores, os donos do transporte coletivo pudessem, durante alguns meses, ter recursos para comprar uma frota nova, para poderem repor os ônibus que já estavam realmente com muitos anos de uso. Só que eles, que eram contra... Eu lembro, é até exemplar, porque isso se parece com o que está acontecendo agora com as Reformas. Eles eram contra as Reformas Previdenciária e Tributária e agora são a favor. Quando eles assumiram o poder, Ver. Ervino Besson, sabem o que eles foram fazer? Eles não só foram a favor do plus tarifário, como incorporaram definitivamente o plus tarifário à tarifa. Então muito da tarifa que se paga, hoje, no transporte coletivo se deve a essa benesse que o PT deu para o nosso Município, incorporando definitivamente o plus tarifário à tarifa do transporte coletivo. Ora, então, agora, os que menos poderiam falar do prejuízo das isenções são os do PT. Porque, se alguém causou prejuízo para quem anda de ônibus em Porto Alegre, este foi o PT! Ah, isso com certeza absoluta, e eu desafio quem prove o contrário, ou então vamos discutir o plus tarifário de novo. Pelo menos, se não tem “gordura”, o PT, que era contra, tem de explicar por que era contra e, depois, quando está no poder, imediatamente é a favor. Igual às Reformas agora - e deveriam estar explicando por que eram contra antes e, agora, são a favor. Eu só vejo o Lula de cabeça baixa, o bonzinho, dizer assim: “Ah, nós estávamos equivocados antes, agora nós estamos certos.” De qualquer forma, o Projeto do Ver. Ervino Besson propõe mais uma isenção e nós não podemos ser favoráveis, puramente, às isenções, porque acabam acarretando, realmente, um acréscimo de tarifa para todo o conjunto da sociedade.

Há um Projeto que nós apresentamos, e que ontem foi discutido pelo Ver. Sebastião Melo, que está na 3.ª Sessão de Pauta, e que faz uma alteração. Nós retiramos o aumento automático, Ver. Juarez Pinheiro, que existe hoje na tarifa de água e que não é constitucional. Se nós discutirmos a tarifa, que a tarifa está ao livre arbítrio do administrador, do Executivo, se nós discutirmos a tarifa dessa forma, veremos que não podemos ter um indexador para a tarifa. E está na lei! Exatamente, está na lei que nós temos um indexador! Então o que eu estou fazendo? Estou retirando esse indexador e estou dizendo que os cálculos tarifários que forem utilizados devem ser enviados aqui para a Casa. Está na 3.ª Sessão de Pauta, Ver. Juarez Pinheiro, Processo n.º 0967/03, Substitutivo n.º 01 ao PLCL n.º 004/03. Estou dizendo que temos de retirar esse indexador porque ele não existe. E nós temos de exigir que o Executivo mande para esta Casa os cálculos que foram feitos e sobre os quais nós vamos ter qualquer tipo de aumento, qualquer mexida na tarifa de água.

Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Encerrada a Pauta.

O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, nesta tarde, nós tivemos uma audiência com o Sr. Secretário de Obras do Estado do Rio Grande do Sul, Deputado Frederico Antunes, e estivemos conversando sobre a questão especificamente do Centro Estadual de Treinamento Esportivo. Lá, naquele lugar, há um complexo esportivo com três ginásios, pista atlética, mais um alojamento e é onde fica a própria Casa do Desporto e a sede da FUNDERGS, Fundação do Desporto do Estado do Rio Grande do Sul, presidida pelo Sr. Luiz Celso Giacomini. E o Sr. Secretário nos deu uma boa notícia: que, em parceria, a Secretaria de Turismo e Esporte, a FUNDERGS e mais a Secretaria de Obras Públicas vão começar, depois de seis anos, a reconstrução dos três ginásios de esportes. Esses ginásios serão reconstruídos pela equipe da Secretaria de Obras do Estado. E, quanto àquele local, falo com bastante propriedade porque lá trabalhei durante vinte e dois anos, e só me afastei daquele lugar em função de ter sido eleito Vereador em Porto Alegre. Desde 1974, até 1996, trabalhei no CETE, fui por muitos anos diretor daquele local, tivemos a oportunidade de, com os pais e a comunidade, criar a Associação dos Amigos do Centro Estadual de Treinamento Esportivo, uma comunidade que, na época, reuniu quase quatro mil crianças em torno do esporte. E hoje o PSB não é Governo, mas ele tem, nós temos esse dever - e é obrigação - de, ao mesmo tempo, parabenizar as boas ações. Então, como Líder do nosso Partido, do Partido Socialista Brasileiro, eu venho aqui saudar o Secretário de Obras, Dep. Frederico Antunes, por essa iniciativa. Eu tenho certeza que o desporto do Rio Grande do Sul vai ganhar, e muito, pois por aquele local, tradicionalmente, passaram centenas de atletas que vestiram a camisa da Seleção Brasileira em diversas modalidades. E nós calculamos que, desde a criação do CETE - neste ano completam-se trinta anos da criação do CETE -, passaram por lá mais de cinqüenta mil alunos. Mais de cinqüenta mil alunos passaram pelo CETE nesses seus trinta anos. As seleções gaúchas escolares, todas elas treinavam naquele local, nas diversas modalidades esportivas - basquetebol, handebol, voleibol, ginástica rítmica, ginástica olímpica, judô, atletismo. A atleta, hoje, de maior expressão nacional na ginástica olímpica, Daiane dos Santos, hoje atleta do Grêmio Náutico União, saiu de lá, teve a sua origem, a sua iniciação desportiva no Centro Estadual de Treinamento Esportivo. E, hoje, nós conversamos com o Secretário de Obras, Dep. Frederico Antunes, e ele nos falou do seu empenho pessoal em reconstruir aquela obra, e isso aí foi muito gratificante para nós. E é por isso, então, que nós vimos aqui, de público - e voltamos a dizer: o PSB não faz parte do Governo –, dizer que, com relação àquelas ações que são feitas em prol da sociedade, como um todo, temos de vir aqui incentivar e dar o nosso apoio. Então queremos parabenizar o Secretário Frederico Antunes por essa iniciativa, e volto a dizer que a comunidade esportiva do Estado do Rio Grande do Sul tem muito a ganhar com isso, com a recuperação dos três ginásios. E o Secretário nos disse que ele, pessoalmente, com a sua equipe, da Secretaria de Obras, vai implementar e dar, o quanto antes, início às diversas obras no CETE. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, ouvi, sempre ouço atentamente as manifestações dos meus colegas Vereadores, e, na Sessão passada, o Líder do Governo assacou aqui uma série de acusações contra a gestão da CEEE, mais especificamente do Presidente Cignachi. Nesta mesma direção, hoje, ouvi aqui o Ver. Zé Valdir esbravejar desta tribuna, Ver. Cláudio Sebenelo, contra a gestão da CEEE. Quero dizer primeiramente que o Wílson Cignachi é um homem que tem uma militância de mais de trinta e cinco anos na vida pública, homem sério, correto, e sobre o que estão colocando aqui, Sr. Presidente, quero fazer um contraponto. Acho que a Bancada governista não tem, Ver. Isaac Ainhorn, autoridade moral para fazer as acusações que está fazendo aqui, quando alguém saiu e pediu trinta dias, nomeou a comissão para ver, apuradas, se irregularidades existem. Mas não posso admitir que esta Bancada governista, que teve, lá na Presidência da CORSAN, alguém que foi condenado a devolver, pelo Tribunal de Contas, 2 milhões e 604 mil reais por uma gestão temerária, por contratar escritórios de advocacia de forma irregular... E lá não é indício, é condenação! Eu não posso, parece que tem memória curta, Ver. Cláudio Sebenelo, aquele que foi Procurador-Geral do Estado e que tinha como seu colega o advogado particular e o indicou para representar a FASE, e num parecer de duas laudas, administrativamente, cobraram 100 mil reais. E vêm falar aqui em moral de calças curtas! Este Governo do Estado, liderado pelo grande Governador Rigotto, tem alguns eixos muito precisos. Um deles é a transparência no serviço público, a gestão democrática. E querer desviar o enfoque da contratação dos 320 mil reais do escritório de advocacia que apontou caminhos... E vamos discutir se a licitação estava correta ou não estava correta. Mas desviar o foco da ação principal, que é um passivo trabalhista de 750 milhões de reais na CEEE e que o Governo Olívio Dutra contribuiu, e muito, para chegar nisso... Ou alguém tem memória curta, Sr. Presidente, que aquele dinheiro que estava na CEEE no final do Governo, antes de assumir o Governador Olívio Dutra, ele não colocou no caixa único? Ou nós temos memória curta sobre isso? Não. Eu quero lembrar, Ver. Cláudio Sebenelo, que, só em 1999, o Sr. Dieter Wartchow contratou 1 milhão 197 mil e 15 centavos irregularmente. Em 2000, 2 milhões 513 mil 806 reais e 5 centavos irregularmente. Em 2001, 2 milhões 732 mil 892 reais e 32 centavos.

Portanto, eu quero fazer uma recomendação à Bancada governista, especialmente aos Deputados do PT na Assembléia Legislativa: que para este debate, quando convidarem o Dr. Wilson Cignachi, convidem o Sr. Dieter Wartchow, convidem o Procurador-Geral do Governo Olívio Dutra, porque são especialistas nessa matéria e poderão dar grandes contribuições.

Eu tenho procurado aqui manter um debate no campo das idéias, mas nós nos sentimos orgulhosos de pertencer ao Governo do Estado e de ser parte deste Governo, Ver. Reginaldo Pujol, nesta Casa, porque aqui não sou só eu que sustento este Governo; é um leque de alianças composto pela maioria dos Vereadores. Mas, na parte que nos toca, não vamos permitir que nesta tribuna venham enxovalhar o nome de alguém como Wilson Cignachi, que tem mais de trinta e cinco anos de vida pública e, se há indícios de irregularidade, ele teve a grandeza que a maioria dos administradores públicos não têm: pediu licença por trinta dias, nomeou a comissão, não fugiu, continua aí, participando do debate.

Mas, quero dizer, para finalizar, que a Bancada governista, seguidora da linha neoliberal do Fernando Henrique não tem autoridade, em matéria de ética, em matéria de transparência, porque o Governo deles, no Estado, foi uma verdadeira caixa-preta, e essa caixa-preta começa a aparecer aqui, também, no Município de Porto Alegre, nessas contas do DMLU. Nós queremos esse parecer, sim, precisa ser socializado nesta Casa, não é? Porque deu prejuízo para o Município, sim, Sr. Presidente, nesses contratos emergenciais de alguém que patrocinou campanha eleitoral.

Portanto, “vamos devagar com o andor, que o santo é de barro”. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, todos os jornais de hoje dão destaque muito forte àquela mãe que matou o filho, usuário de crack e cocaína. É o quarto caso conhecido de pais matando filhos usuários de drogas. Todos sabem que Porto Alegre é a Capital com maior índice de consumo de drogas junto à juventude - Porto Alegre e o Rio de Janeiro empatados com o mesmo índice -, e, por conseqüência, temos em Porto Alegre o maior índice da Aids.

O que está acontecendo com a nossa sociedade que esses casos extraordinários acontecem em nossa Porto Alegre querida? A grande verdade, a grande realidade que hoje nos aflige é a desagregação da família. Nós precisamos lutar fortemente para resgatar os valores fundamentais da família, pois é na família onde nasce o verdadeiro amor, sentimentos de fraternidade e de solidariedade.

Hoje, senhoras e senhores, lamentavelmente, o lazer, o comodismo, a televisão, as dificuldades de emprego retiram o tempo do convívio familiar, do diálogo entre o casal e do diálogo entre pais e filhos. Se o filho se afasta da família, quem se aproxima é a droga. Se o pai da família se afasta, quem se aproxima é o álcool, a desagregação, a separação na família.

Senhoras e senhores, o momento é muito sério. Nós precisamos combater, fortemente, a droga. Combater fortemente o traficante, mas com medidas sérias. Está aí o DNARC colocando à disposição das famílias o seu Disque-Denúncia, é importante que as pessoas entrem em contato com as autoridades para acabar com a droga em Porto Alegre. Façam denúncias, sim, pois elas são averiguadas. A polícia está aí para defender a sociedade, e a droga é um grande crime contra a sociedade. E vejam, senhoras e senhores, que ainda tem gente que defende a descriminação da droga. Em sendo o consumo e o tráfico um crime, existe tamanha quantidade de usuários, imaginem a droga sendo legal! Ninguém segura! É um rastilho de desagregação da pessoa e, em especial, da família. Vamos retornar à família.

A Igreja Católica possui inúmeros movimentos de fortalecimento da família. Nós temos os Cursilhos, o Encontro de Casais com Cristo, temos o Teorema, temos o Diálogo, temos o Encontro para Casais Jovens. Para a juventude, nós temos o Onda, o CLJ, o Emaús – que, aqui, nós homenageamos pelos seus trinta anos de existência. A família merece. A família deve vir em primeiro lugar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Ver. João Carlos Nedel, demais Vereadores, Sr. Presidente e Ver.ª Maria Celeste, ontem, depois do programa Os Guerrilheiros da Notícia, na parte final, quando se dedica o programa a alguém, eu o dediquei a essa senhora que teve a supina desgraça de matar o seu filho. Ela que lhe deu a vida, que lutou a vida inteira contra as drogas, que foi invadida, na sua liberdade de ser humano, pelo seu próprio filho, vendo serem retirados, pouco a pouco, os seus pequenos pertences, enlouquecida com a vinda do filho, para arrombar a porta, deu cinco tiros na fechadura, e um deles atingiu a cabeça do menino. Uma tragédia. Pela primeira vez na minha vida, eu vi alguma coisa que me emocionou muito, que foi a atitude do delegado. Ele liberou essa mãe. Ela vai responder - mesmo que presa em flagrante - o processo em liberdade. É isso que nos mostra com quanto da tragédia urbana este País convive, seja na Baixada Fluminense, seja na periferia de uma megalópole, como São Paulo. Isso já não é mais uma questão de segurança, é uma questão nacional de saúde, é uma questão de economia, é uma questão social e está incluída, decisiva e definitivamente, numa área extremamente doída, extremamente sofrida, gigantescamente delicada como é essa área da Saúde.

Desde que eu me elegi Vereador pela primeira vez, a cada discurso, falando, clamando por uma política municipal de Saúde, por um sistema organizado que contemplasse as populações mais necessitadas, que, além do processo de miserabilidade, de favelização, de empobrecimento – não só o empobrecimento monetário, mas da alma dessas pessoas -, são invadidas pela sujeira, pela feiúra, essas mesmas pessoas freqüentam as emergências, freqüentam os ambulatórios perene e permanentemente e não sabem, muitas vezes, nem por que buscam uma consulta, buscam uma consulta só para serem ouvidas, muitas vezes nem querem medicação, e se é dada a medicação elas não tomam. Essa é a questão. É uma multidão de pessoas que tem de ter um outro tipo de contemplação por esta Casa, e que vai aumentando.

E dentro da nossa cidade de Porto Alegre, que não tem a sua população explosiva e demograficamente aumentada, poderia ter um sistema, em dezesseis anos, muito mais organizado, muito mais eficiente e que poderia ser continente desses problemas aqui alinhavados hoje por uma atitude de coragem do Presidente do Sindicato, denunciando fatos documentados, diante do que se faz indispensável a abertura de uma CPI. Não pode ter fins políticos, eleitorais, eleitoreiros e muito menos ser interpretada como uma atitude diversionista. Tem de ser um resgate. Que esta Casa tenha o compromisso com essa população, que seja qualquer governo que tenha aparecido na Cidade ou no Estado, qualquer governo que tenha aparecido aqui, nós temos a obrigação de resgatá-la dessa profunda desgraça em que foi jogada. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na tarde de hoje, através do democrático instrumento da Tribuna Popular, esta Casa ouviu a manifestação do Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Dr. Argollo, que trouxe ao conhecimento fatos graves e altamente relevantes e que preocupam, enormemente, esta Casa e o conjunto da sociedade porto-alegrense, que é a questão do atendimento à Saúde. Trouxe ao conhecimento desta Casa alguns fatos já do conhecimento público e outros que ainda não eram do conhecimento público, e que impõem, naturalmente, um posicionamento dos Vereadores desta Casa.

A Câmara Municipal não é somente uma instituição e um Poder de natureza legiferante, não é apenas a condição de legisladores que nos coloca a responsabilidade do mandato parlamentar. Igualmente, uma das funções mais importantes que tem o Poder Legislativo e seus Vereadores é o poder de fiscalizar, investigar, trazer ao conhecimento da sociedade e tomar as medidas necessárias e cabíveis com relação a atos que poderiam estar caracterizando irregularidades, fatos que exigem uma ação de natureza investigativa desta Casa. Ao olharmos e examinarmos o livro de Luís Carlos Gonçalves, cujo título é “Comissões Parlamentares de Inquérito”, no qual ele se refere que a doutrina nacional tem-se revelado atenta para o crescimento da importância da fiscalização realizada pelo Congresso, vemos que o poder de investigar se constituiu numa das principais funções institucionais do Poder Legislativo.

Um presidente de um sindicato médico esteve nesta Casa trazendo fatos extremamente graves, indicando e referindo esses fatos e, ao final da sua manifestação, ele disse: “Senhores, se me disserem, hoje, que isso não é um fato relevante e grave, em nome dos médicos da Cidade, vou acusá-los de conivência com o crime hediondo de omissão.” Naturalmente ele exagerou na forma como se expressou, e assim corrigiu: “Mas, na realidade, nós não podemo-nos omitir, porque a questão da Saúde é essencial da ação do Município, sobretudo, quando este Município é o responsável pela administração e gestão do Sistema Único de Saúde.” E termina a sua manifestação dizendo: “Faço um apelo a todos vocês: não se omitam, por favor, é preciso investigar o que está acontecendo com a Saúde na cidade de Porto Alegre.” Tendo em vista essas manifestações e essas considerações, nós, Vereadores, notadamente os Vereadores de oposição, e o conjunto da Casa, porque não só os Vereadores de oposição, como aqui foi dito, mas o conjunto dos trinta e três Vereadores tem obrigação com a verdade, e esta Casa de investigar e apontar se há irregularidades e os fatos que possam ser caracterizados como fatos delituosos para as suas devidas providências.

Em face disso, Sr. Presidente, na condição de Líder da Bancada do PDT desta Casa, manifesto, para encerrar, a nossa preocupação e a disposição de estudar essa questão com esta Casa, tendo, inclusive, um Vereador ligado fortemente a esta área que é a área da saúde, o Ver. Dr. Goulart. Com esse objetivo e com essa preocupação nós manifestamos a disposição de investigar através do mais alto instrumento que possui o Poder Legislativo: uma Comissão Parlamentar de Inquérito, como aqui foi solicitado por representantes da sociedade civil. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exm.º Ver. João Antonio Dib, Presidente desta Casa, demais Vereadores, Vereadoras, e todos que nos assistem, na Comunicação de Líder do dia de hoje, na medida em que nós, por estarmos em uma cerimônia no gabinete do Prefeito, no começo da tarde - assinatura de um convênio com repasse de verbas para a área da habitação -, não tivemos a oportunidade de nos inscrever na Pauta, eu gostaria de fazer algumas considerações sobre um Projeto de minha autoria que se encontra na Pauta. Parece-me que é o último dia. É sobre a colocação de obras de arte nos prédios com mais de 1.500m2, que mereceu algumas considerações da Ver.ª Margarete Moraes, sempre preocupada com a questão da arte, e eu quis fazer um aparte, mas o tempo já havia sido concluído, então eu uso o tempo de Liderança com esse objetivo. Primeiro, eu gostaria de dizer, Ver.ª Margarete Moraes, que toda lei é impositiva. Não existe lei que não crie obrigações. Portanto, seria uma anomalia se o meu Projeto de Lei não obrigasse a alguma coisa. E as obrigações... Eu pediria que o Ver. Renato Guimarães permitisse o diálogo com a Ver.ª Margarete Moraes, pelo menos um diálogo visual, porque sendo tempo de Liderança não é permitido o aparte. Então eu vi a manifestação de V. Ex.ª, preocupada que criaria obrigações para a iniciativa privada. Eu gostaria de dizer que todas as leis criam obrigações ou para a iniciativa privada ou para o Estado, a não ser que nós entendamos, numa visão neoliberal, que não cabe mais ao Estado criar obrigações para os entes privados, que certamente não é o seu pensamento.

Segundo, eu queria dizer que esse Projeto já tem parecer totalmente favorável da Procuradoria da Casa, que afirma com todas as letras, e está no Processo (Lê.): “A matéria objeto da proposição consoante se infere dos preceitos legais acima indicados, insere-se no âmbito da competência do Município, não se vislumbrando óbice à tramitação.” Queria dizer mais, que a própria Constituição do Estado do Rio Grande do Sul coloca que os Municípios definirão planejamento, ordenamento, e para promover a realização da função social da propriedade. É o nosso entendimento.

O que é cumprir a função social da propriedade? Será que em uma determinada propriedade, Ver. Pedro Américo Leal, posso erigir o que queira sem nenhuma preocupação com o visual da Cidade, com a estética da Cidade? Eu entendo que não. Nós preservarmos a possibilidade de que os prédios que tenham um investimento e um impacto visual grande, que são os prédios com mais de 1.500m2, atendam a sua função social e o seu compromisso com a estética, que é uma dimensão do humano, evidentemente. Mais ainda: a Lei Orgânica, no seu art. 193, diz: (Lê.) “O Município estimulará a cultura em suas múltiplas manifestações, apoiando e incentivando a produção, a valorização e a difusão das manifestações culturais.” Creio que com este Projeto e certamente com o seu apoio e o parecer da CCJ na questão da legalidade, não na questão do mérito - mas, também, evidentemente que V. Ex.ª, no mérito dará todo esse apoio -, isso estará sendo cumprido.

Leio mais: (Lê.) “Direito Municipal Brasileiro”, eminente Professor Hely Lopes Meirelles: “O Regulamento das Construções Urbanas, ou seja, o Código de Obras e Normas Complementares deverá estabelecer minuciosamente os requisitos de cada modalidade de construção: residencial, comercial, industrial e etc., objetivando a higiene, a funcionalidade e a estética da obra.” Vejam bem, o eminente Hely Lopes Meirelles, grande municipalista, diz que a estética da obra é uma obrigação do Código de Obras. E ele diz mais: “A estética das fachadas.”

Para completar, e evidentemente que estou “chovendo no molhado”, pois V. Ex.ª é uma pessoa da área artística e será descabido qualquer posicionamento que não seja no reforço desse Projeto, as palavras do Professor Riopardense de Macedo, conhecido urbanista, historiador, que exatamente indica a necessidade de as obras plásticas e a Arquitetura andarem juntas, e muitos outros exemplos. Por isso eu só queria dar algumas opiniões para o seu conhecimento, certo do apoio de V. Ex.ª a tão importante Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, a discussão sobre a crise da Saúde em Porto Alegre ocupou grande parte dos debates do Plenário, nesta tarde. Chegamos ao ponto de várias Bancadas estarem discutindo a necessidade da implantação de uma CPI para que possamos investigar com mais profundidade as denúncias sucessivas que têm chegado a esta Casa. Há algum tempo nós temos acompanhado denúncias específicas dessa área. É o problema dos postos de saúde das comunidades, que não atendem nos horários de necessidade da população de baixa renda, ou vivem uma situação de absoluta ausência dos instrumentos para atender a população na rede de atendimento primário.

Há muitos anos nós discutimos aqui a necessidade da ampliação da política de saúde da família. Recordo que, muito recentemente, o Sindicato dos Odontólogos esteve aqui discutindo a necessidade da ampliação das equipes de saúde para a garantia das equipes multiprofissionais.

As emergências hospitalares têm vivido uma situação crônica e isso tem-se arrastado todos os anos, fundamentalmente nesta época do ano, quando aumentam as crises das emergências no período de inverno. Somando-se a isso, há o drama das pessoas que necessitam dos remédios continuados e há a ausência desses medicamentos, o que cria, para as famílias que têm necessidade da utilização dos medicamentos de uso contínuo, uma situação de ansiedade e de expectativa em relação àquilo que é um direito que, muitas vezes, é assegurado por Lei.

O que mais me preocupa, além de todas as questões citadas, é a decisão política anunciada pelo Prefeito João Verle da diminuição dos recursos para a área de Saúde do Município, dizendo que não vai mais acrescentar os recursos do Município aos recursos advindos dos repasses do Governo Federal.

Se a questão da Saúde tem sido a política mais frágil da Prefeitura, se é exatamente na área da Saúde que a população tem sido menos e pior atendida, evidentemente que nós não podemos, como Parlamento, ficar numa situação de acompanhar a saúde, como estamos acompanhando as demais áreas de política pública da Prefeitura.

Eu tenho acompanhado também o drama e a luta pela implantação do pronto socorro da Zona Sul e, cada vez que nós nos reunimos com famílias que têm crianças, vemos que o drama mais freqüente dessas famílias é aonde levar os seus filhos em situação de emergência.

A vinda do Dr. Argollo a esta Casa, hoje, trouxe um novo drama, que é a questão das doenças vasculares e a questão dos medicamentos. Esta Casa precisa se debruçar, coletivamente, sobre isso, aprofundando todos esse dados, investigando todas as denúncias para que, enfim, nós possamos exigir do Poder Público a mudança ou da política de Saúde ou do Secretário que a representa, e da aplicação das decisões que são tomadas, num processo de municipalização da Saúde que esta Cidade já vive há muitos anos. As freqüentes denúncias não têm sido suficientes, e é por isso que se discutem novos instrumentos; inclusive se analisa até a possibilidade de uma CPI como forma de a Câmara poder cumprir a sua responsabilidade fiscalizadora. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Pela primeira vez eu faço um Requerimento nesta Casa, depois de quase onze anos. V. Ex.ª há de, acaloradamente, vislumbrar a sensação que eu tenho de asco ao que eu leio no jornal Zero Hora, hoje, sobre essa “CPI dos Mutilados”, em que o Dr. Paulo de Argollo Mendes, Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, e Dr.ª Maria Rita de Assis Brasil nos envolvem, os Vereadores de Porto Alegre, em algo que é quase que uma chantagem, porque diz assim: (Lê.) “Pretendemos, com este pronunciamento, sensibilizar os Vereadores de nossa Cidade para que não se tornem (...).”

Quem é o Dr. Argollo e quem é a Dr.ª Maria Rita para nos advertir? Ora, eu não aturo isso, mas vou continuar: “(...) sensibilizar os Vereadores de nossa Cidade para que não se tornem, por omissão, cúmplices do criminoso descaso a que estão condenados nossos enfermos”.

Quem são os dois para nos advertir? Nós, que temos dado demonstrações sobejas de boa vontade e de decisão para nos colocarmos ao lado do povo e até do Sindicato Médico, quando fomos à Prefeitura lutar pelos vencimentos deles? Não merecemos isso. Eu abomino completamente essa advertência do Dr. Argollo e da Dr.ª Maria Rita, e não aceito!

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Pedro Américo Leal, V. Ex.ª representava a Casa na Assembléia Legislativa quando esse assunto foi debatido aqui. O Dr. Argollo pediu desculpas, mas a Mesa, atendendo a Requerimento de V. Ex.ª, aprofundará os estudos para um posicionamento definitivo.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Atingiu todos os Vereadores! Atingiu esta Casa, foram muito infelizes. Qual é a posição da Casa sobre este publicado aqui?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, informei a V. Ex.ª: a Mesa vai-se posicionar.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Está na hora, está na hora!

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib; Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, o que nós presenciamos aqui, Ver. Pedro Américo Leal, hoje à tarde, foi o uso do sofrimento e da morte das pessoas para fins político-eleitorais por parte desse Doutor, que se diz Presidente do SIMERS, mas que não representa a categoria médica, porque está em plena campanha para ser Presidente do Conselho Regional de Medicina, e usa o sofrimento das pessoas para se autopromover. Isso nós não podemos aceitar; chantagens e ameaças também não! Nós temos realizado aqui, conjuntamente com todos os Vereadores, da oposição também, Ver. Isaac Ainhorn - junto com o Ver. Dr. Goulart, com Ver. Beto Moesch -, um trabalho sério na Saúde.

Quero-lhe mostrar, Ver. Isaac Ainhorn, que, por diligência da Comissão de Saúde - o Dr. Goulart trabalhou bastante, junto com o Ver. Beto Moesch e também com a Bancada de oposição -, que discutiu por várias semanas o número de ambulâncias, Ver. Ervino Besson, em Porto Alegre, nós temos uma boa notícia: o Ministério da Saúde liberou verbas para mais seis ambulâncias no Município de Porto Alegre. Isso pelo trabalho conjunto da Câmara de Vereadores e do Município de Porto Alegre, conquistando melhorias para a Saúde, em Porto Alegre. É assim que nós estamos fazendo. Quando a oposição, a situação, o Executivo, a Comissão de Saúde trabalham conjuntamente, em parceria, nós garantimos recursos para a Cidade. É isso que importa! E não é para fazer disputa política!

Eu quero lamentar que o Sindicato tenha usado... Eu fiz um Requerimento, Ver. Isaac Ainhorn, pois estão faltando medicamentos de média e alta complexidade no Estado, e o Sindicato Médico não se pronunciou sobre isso.

Ver. Luiz Braz, o Hospital Moinhos de Vento recebeu 18 milhões de reais de financiamento do BRDE, enquanto os hospitais públicos estão sem dinheiro. E o Moinhos de Vento não presta serviço público. O Hospital de Santa Maria, o Hospital de Cachoeira do Sul estão sem repasses do Estado, e o Moinhos de Vento recebe 18 milhões de reais! Sobre isso o Sindicato Médico não se pronuncia. Faltam medicamentos, e o Sindicato Médico não se pronuncia sobre isso. Aí, o Dr. Argollo vem aqui, pega um caso isolado e tenta fazer disputa política, na verdade, querendo espaço para disputar a Presidência do Conselho Regional de Medicina. Hoje, o Presidente é o Dr. Marco Antonio Becker, que também é candidato à Presidência do Conselho Regional de Medicina. Nós não podemos aceitar que a saúde pública de Porto Alegre seja usada dessa forma, politicamente, eleitoralmente, para a disputa do Conselho Regional de Medicina. Nós temos aqui um trabalho sério realizado. Nós conseguimos, por diligência de vários órgãos, ampliar os recursos de saúde em Porto Alegre através do Ministério, e queremos realizar esse trabalho sério. Então, nós da Bancada do Partido dos Trabalhadores, estamos totalmente à disposição, Ver. Isaac Ainhorn, Ver. Reginaldo Pujol, Ver. Dr. Goulart, Ver. Pedro Américo Leal, para realizar, junto à Comissão de Saúde, junto com o Ver. Dr. Goulart, um profundo debate sobre a Saúde com a presença da Secretaria da Saúde, do Tribunal de Contas, do Ministério Público. Vamos trazer todos à Comissão de Saúde.

 

(Aparte anti-regimental.)

 

Nós também não aceitamos nenhum tipo de ameaça à Câmara.

Ver. Dr. Goulart, Ver. Reginaldo Pujol, vamos realizar uma reunião da Comissão de Saúde, ampliada. Ver. Dr. Goulart, quero fazer essa proposta, concreta, para V. Ex.ª. Infelizmente, o Ver. Beto Moesch não está aqui, mas quero fazer também ao Presidente da Comissão de Saúde essa proposta : vamos fazer uma audiência pública, uma reunião aberta com o Ministério Público, com o Tribunal de Contas, com a Secretaria de Saúde, com os membros da Câmara, e tudo mais, para discutir profundamente a Saúde em Porto Alegre - não há problemas para nós. Transparência total, democracia total. Nós já entregamos a documentação, ontem, que foi pedida pela Comissão; nós já conseguimos ambulâncias para Porto Alegre; nós temos conseguindo recursos para Porto Alegre. Vamos ampliar esse trabalho, não vamos deixar nenhuma dúvida no ar e vamos fazer um trabalho efetivo nesse sentido, mas não vamos fazer da saúde de Porto Alegre uma disputa política partidária. Vamos colocar a saúde de cada cidadão acima das questões partidárias, acima de eleições do Conselho Regional ou do Sindicato; vamos colocar nosso trabalho a serviço da população de Porto Alegre para a melhor saúde do porto-alegrense. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, eu quero apresentar um Requerimento. Eu queria que V. Ex.ª apreciasse na Ordem do Dia, em caráter de urgência, um Requerimento em desagravo ao Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul. Eu posso até não concordar com pontos da sua manifestação, mas vou defender até o último momento o direito de ele os dizer. Esta aqui é uma Casa democrática! É um Legislativo! E não podemos, aqui, constranger as pessoas no sagrado instituto da Tribuna Popular, que esta Casa criou para que a sociedade civil pudesse, aqui, se manifestar. Nós não podemos constranger, muito menos ameaçar! Por isso vou agora firmar um Requerimento, juntamente com o Ver. Dr. Goulart e com os demais Vereadores de oposição, de desagravo ao Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul. Não quero saber se tem eleição ou não, isso é análise subjetiva do Vereador do PT, que tem todo o direito de fazê-la.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, o Requerimento está feito e será votado se for feito por escrito.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, a minha colocação foi quanto ao publicado num jornal de hoje. Ele não tem o direito e não pode ter a petulância de atribuir aos Vereadores desta Casa intenções. É só sobre isso!

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Correto, nobre Ver. Pedro Américo Leal.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder. (Pausa.) Peço a atenção dos Srs. Vereadores, pois há um orador na tribuna.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Pausa.) Sr. Presidente, eu acho que não há condições...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Srs. Vereadores, solicito a atenção de V. Ex.ªs. Há um orador na tribuna. É o ultimo orador inscrito para uma Comunicação de Líder; em seguida, passaremos à Ordem do Dia.

Ver. Reginaldo Pujol, eu paro o tempo, inclusive reponho o tempo.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu percebo que o tema trazido à discussão na Casa, na tarde de hoje, pela sua gravidade, enseja até alguns desencontros nas posições dos Vereadores, algumas das quais de forma mais exaltada. Não exageraria em afirmar, sem temor de parecer simplista, que, a seu modo, cada um daqueles que aqui se tem manifestado sobre o tema tem os seus fundamentos, tem as suas razões. A Casa se encontra impactada pelo teor das denúncias trazidas aqui, mas, nem por isso deixou de colocar, durante o período em que aqui esteve o Presidente do Sindicato Médico, os equívocos que estavam contidos na sua nota. Nem por isso deixou de fazer esse reconhecimento, até porque, nós sabemos, esta Casa não é omissa, e sabemos da própria pretensão do Dr. Paulo de Argollo Mendes da constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, fato esse cujo cabimento nós, da Comissão de Constituição e Justiça, já nos dispomos a analisar. Essa própria proteção já vinha sendo objeto de estudos e de providências de vários Vereadores da Casa, nomeadamente o Vereador Dr. Goulart, que está armazenando documentos com essa finalidade.

O que eu quero salientar, neste momento, Sr. Presidente, é que nós não podemos, discutindo o acessório, perder de vista o principal. O principal é que nós estamos, realmente, com gravíssimos problemas na área da saúde pública, que, bem ou mal encaminhados por quem quer que seja, não podem, de forma nenhuma, deixar de ser por nós enfrentados, Ver. Pedro Américo Leal. Se nós ficarmos exclusivamente no choque de que alguém escreveu o que não devia e por isso deixarmos de tomar providências, nós estaremos agindo de forma equivocada, e isso não é a tradição dessa Casa; muito antes pelo contrário, esta Casa nunca fugiu das suas responsabilidades e, mais uma vez, não vai fugir. Se o caminho é a Comissão Parlamentar de Inquérito é outro detalhe. Ninguém nos vai dizer qual é o melhor caminho para nós exercitarmos os nossos deveres de fiscalização e, especialmente, em matéria de tamanha gravidade, tamanha importância e de tal forma epidérmica que gerou todo esse clima em que a Casa se encontra envolvida nesta hora.

Já tenho documentos em mãos, me foram fornecidos pelo Dr. Argollo; estou atendendo uma solicitação do Ver. Elói Guimarães feita na tribuna, vou discutir com meus companheiros da Comissão de Constituição e Justiça. Fala-se, inclusive, em descumprimento de Lei e, se existe descumprimento de Lei, a Comissão de Constituição e Justiça tem de tomar conhecimento e participar desse debate. Isso não quer afastar, de modo algum, a idéia de alguns que entendem que o caso precisa ser objeto de uma CPI. Ora, se fundamentos ocorrerem, vamos conceder a CPI! Se isso for ditado como o caminho necessário para que nós, responsavelmente, exerçamos nossas atividades, não há porque fugir dessa responsabilidade, antes pelo contrário, tem que se enfrentar.

Tenho dito, falei isso especialmente ao Ver. Dr. Goulart, que não quero uma CPI mal formulada, uma CPI mal requerida; quero estudar adequadamente; se houver necessidade de ocorrer CPI, temos que fazê-la, mas não vamos fazer só porque alguém está-nos impondo. Vamos fazer se esse for o caminho que a nossa responsabilidade enquanto representantes do povo, preocupados com a saúde pública, determinar como sendo o caminho.

A verdade é que por um ou por outro instrumento a Câmara de Porto Alegre não ficará omissa neste momento; as denúncias são graves, os fatos trazidos à nossa consideração não nos permitem a inércia e muito menos a omissão. Vamos tomar posição sim, fiquem todos tranqüilos. Vamos até deixar de lado, em determinados momentos, algumas coisas mal colocadas. O que não pode ficar mal colocada é a posição da Casa: esta terá que ser firme, positiva e, sobretudo responsável. Para isso eu conto, tenho certeza, com a colaboração de toda esta Casa, que não vai deixar que o Parlamento de Porto Alegre fuja à sua responsabilidade nesta hora tão importante. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Havendo quórum passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, várias Lideranças compuseram que fosse priorizada a votação de quatro Projetos no dia de hoje e que após a votação deles nós discutíssemos a conveniência de incluir outros ou não na relação a ser discutida no dia de hoje. São respectivamente: o PLL n.º 230/02, do Ver. Marcelo Danéris; o PLL n.º 012/03, deste Vereador; o PR n.º 013/03, do Ver. Isaac Ainhorn e o PR n.º 022/03, do Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa acolhe. Votaremos os quatro Projetos, enquanto as Lideranças decidem se votaremos outros Projetos.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3612/02 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 230/02, de autoria dos Vereadores Estilac Xavier e Marcelo Danéris, que denomina Rua Fernando Camarano um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 04-06-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º 230/02, de autoria do Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0749/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 012/03, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Rua Edilson João Prola um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Ipanema.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relatora Ver.ª Margarete Moraes: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 04-06-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º 012/03, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0867/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 013/03, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Largo Elcir Silveira o espaço que compreende a lateral e o estacionamento junto à garagem da Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 04-06-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR n.º 013/03, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1214/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 022/03, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que denomina Melchiades Striecher a Sala onde funciona o Rádio-Jornalismo da Casa.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 04-06-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR n.º 022/03, de autoria do Ver. Elói Guimarães. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

A Mesa aguarda decisão das Lideranças, para dar continuidade.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Pediria que V. Ex.ª nos desse dois minutos, para reagrupar.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h15min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – às 17h17min): Estão reabertos os trabalhos.

As Lideranças não chegaram a um consenso. Visivelmente não há quórum.

Lembramos aos Srs. Vereadores que hoje, às 19h, haverá uma Sessão Solene para comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente e para a entrega do Prêmio José Lutzenberger à Fundação Gaia.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h18min.)

 

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